
O medo e suas ferramentas de imobilização quando não se está organizado.
Por Rede de Informações Anarquistas — RIA | 04/06/2020
O medo provém da não organização, sujeitos não organizados tendem a ter medo e o medo é uma ferramenta da imobilização. Existem inúmeras formas e modos, jeitos e maneiras, táticas e estratégias para vencer e lutar contra o fascismo e elas são entendidas avaliando os devidos momentos históricos.
O inimigo conhece as nossas armas, podem e vão usá-las contra nós e isso é um fato, pois ele, o inimigo, tem as ferramentas, tem o aparato estatal e seus agentes que trabalham 24h, justamente, pensando nisso, estudando isso, imaginando e tecendo diversas maneiras de silenciar os povos que lutam por sua liberdade, por isso, precisamos ser cirúrgicos na atuação com as diversas táticas de luta, de reação violenta e não violenta. Mas cabe lembrar que apenas ORGANIZADOS tais decisões podem ser tomadas o medo imobiliza, mas a organização revolucionária traz o entendimento do que melhor pode ser feito, respeitando as autonomias de cada agrupamento empenhado na luta por liberdade, seja numa ditadura, seja na democracia burguesa.
Vamos lembrar aqui que a ditadura persiste na forma de democracia burguesa cunhada e mantida pelos agentes que acreditam no Estado, agentes de direita e agentes de esquerda, agentes esses que tomaram a decisão de estar dentro do Estado para isso, agentes esses que ajudam o capitalismo a se moldar, a se readaptar constantemente e nos ludibriar com uma suposta sensação de liberdade que se ramifica em diversas formas como a conciliação de classes, a social democracia, a representatividade e suas outras diversas maneiras.
Dentro das favelas, periferias, comunidades, subúrbios, no campo, desde sempre, nunca houve a liberdade de fato. Nesses locais, que sempre foram entregues a sua própria sorte, os povos vivem cercados pelo medo, pela não liberdade e só porque hoje a democracia burguesa que garante a liberdade da classe média está em jogo, não quer dizer que exista liberdade para quem está baixo dessa classe.
Devemos estar ORGANIZADOS para a luta, mas que saibamos desempenhar bem o papel revolucionário dentro da nossa conjuntura e não tolher a autonomia daquelas e daqueles que já não têm liberdade desde que nasceram.
O medo é um instrumento que os poderes estatais em todos os lugares desse planeta usaram e usam para justamente impedir a libertação dos povos das amarras de seu controle. O medo é e sempre foi usado pela esquerda representativa, quando esta esteve no poder, também para impedir que o próprio povo pudesse elevar suas formas de autonomia e liberdade em nome do seu controle centralista do que ela acreditava ser o melhor, de cima para baixo dela para o povo. Precisamos nos lembrar dos anarquistas russos e os Sovietes em 1917 na Rússia, precisamos nos lembrar das jornadas de 2013 e como, também, a esquerda soube usar as ferramentas de controle, o braço da violência e poder estatal para silenciar os gritos de liberdade e trancafiá-los, das mais diversas formas possíveis, seja nos cárceres , seja no controle da manutenção psicológica do medo nas cabeças dos que se inclinaram a luta.
A única maneira de lidarmos com tudo que se anuncia no horizonte do nosso atual momento histórico é a ORGANIZAÇÃO e se ainda nos resta uma frágil forma de liberdade, precisamos entender que talvez nem isso no amanhã, talvez, possa haver, que o dia de amanhã poderá demorar muito tempo para amanhecer e que, talvez, a noite dure muito tempo.
A noite é sempre mais escura antes do amanhecer.
Organizem-se, cuidem uns dos outros, ouçam mais e falem menos. Lembrem que a luta será feita dentro ou fora da democracia burguesa, pois a real luta é a luta pela liberdade máxima nos seus termos máximos para todos os povos e que a reação do oprimido JAMAIS pode ser confundida com a violência do opressor e nós não somos os opressores. Como uma vez um um velho amigo Anarcopunk nos disse: “O Anarcopunk não está com o povo, sabe por que? Porque o AnarcoPunk é o povo.”
Ousem ansiar pela liberdade e lembrem-se, assim, dos companheiros das montanhas de Chiapas, os Zapatistas: “Queremos um mundo onde caibam muitos mundos.”
Cuidem da saúde dos seus, tenham perseverança, solidariedade, pratiquem o apoio mútuo, conspirem e jamais se esqueçam de que só ORGANIZADOS venceremos o medo e assim também venceremos o fascismo.
“Que as chamas da insurreição iluminem o caminho para a liberdade”
Fonte: https://medium.com/@redeinfoa/a-organiza%C3%A7%C3%A3o-contra-o-medo-78fc86351eba
agência de notícias anarquistas-ana
A neve cai mais forte
quando me detenho
de noite na estrada.
Kitô
Anônimo, não só isso. Acredito que serve também para aqueles que usam os movimentos sociais no ES para capturar almas…
Esse texto é uma paulada nos ongueiros de plantão!
não...
Força aos compas da UAF! Com certeza vou apoiar. e convido aos demais compa tbm a fortalecer!
Não entendi uma coisa: hoje ele tá preso?