Agora que desponta a luta contra o racismo nos Estados Unidos, vale a pena lembrar a história da IWW (Industrial Workers of the World —Trabalhadores Industriais do Mundo), um sindicato que desde o seu início, no prelúdio do século XX, comprometeu-se a organizar os trabalhadores, independentemente da identidade étnica, nacional, racial ou de gênero.
E pioneiro na organização inter-racial foi o Coletivo de Estivadores “Local 8” da IWW da Filadélfia, que representou mais de 5.000 trabalhadores portuários, incluindo entre eles um dos afro-americanos mais conhecidos dos “Wobblies”, Ben Fletcher, brilhante orador e organizador.
Também foi imprescindível o papel de Hubert Harrison, “O Sócrates Negro”, que se destacou como orador na épica greve da Seda em Paterson, Nova Jersey, e como oponente da intervenção na Primeira Guerra Mundial. Autor de “The Negro and the Nation” e “When Africa Awakes”.
A IWW também se organizou no sinistro Sul, onde os trabalhadores superaram o racismo para formar a Irmandade de Trabalhadores da Madeira (BTW), que abrigava milhares de trabalhadores. Os patrões a chamavam depreciativamente de “organização anarquista que mistura raças”.
O sindicato logo se destacou por organizar também outras minorias raciais e trabalhadores migrantes. Assim acontece com os asiáticos ou hispânicos em minas e campos ou nativos americanos com Frank Little e a Organização dos Trabalhadores Agrícolas.
E diante da oficial AFL (American Federation of Labor – Federação Americana do Trabalho), que apenas filiava trabalhadores qualificados, ou seja, homens brancos, as mulheres também começaram a se associar na IWW, destacando a nascente greve por “Pão e Rosas” de Lawrence em 1912.
O compromisso “Wobblie” de solidariedade de classe entre raças, etnias e gêneros já estava em seus estatutos. Os fundadores insistiram nisso diante do racismo, do sexismo e da xenofobia de outras organizações sindicais ou políticas. 115 anos depois, tudo permanece inalterado.
Miguel A. Fernández
agência de notícias anarquistas-ana
Brilha até de dia
O relógio fluorescente
– Estação chuvosa.
Keizan Kayano
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!