“Pueblos sin Estado. Antropología y anarquismo” (“Povos sem Estado. Antropologia e anarquismo”) é o décimo segundo título da nossa coleção central. Neste trabalho o investigador holandês Thom Holterman aproxima-se de algumas das obras mais significativas da antropologia nas últimas décadas, para explorar longe dos preconceitos típicos do pensamento ocidental, que características culturais das sociedades organizadas em estruturas não estatais impedem o desenvolvimento de formas de dominação. Os pormenores de diversos contributos de diferentes investigações serviram ao autor para deduzir as diferenças entre sociedades organizadas em torno de valores que desprezam a centralização do poder e outras que, pelo contrário, estimulam e normalizam as relações de domínio de umas pessoas sobre as outras.
Pode parecer interessante questionar que povos e culturas se protegeram da acumulação de poder e como o fizeram. Se olharmos ao presente, ou ao passado parece óbvio que há diferenças entre povos que demonstraram um enorme desprezo pela desigualdade, o egoísmo e a violência. Desde esse ponto de vista podemos pôr em dúvida muitos preconceitos sobre a superioridade das sociedades ocidentais sobre outras culturas. Resulta simples pensar neste exemplo: se valorizássemos o sentido de comunidade e a preocupação pelo equilíbrio social, a generosidade, ou a autossuficiência, as sociedades ocidentais não aparecem em absoluto como sociedades avançadas e teríamos então que invejar como, em determinadas culturas, se articulam normas sociais que obstaculizam a possibilidade de que uns grupos sociais possam exercer alguma forma de dominação sobre outros.
Este é o eixo sobre o qual gira Povos sem estado. Antropologia e anarquismo que, desta forma, questiona que toda a norma legal seja uma ferramenta de dominação. Holterman penetra nos costumes de diferentes povos, onde a normas não escritas e as leis nunca plasmadas em códigos servem para assegurar uma igualdade que impede a centralização do poder. Este modo de organização social não será apenas fruto das circunstâncias econômicas, ou materiais, mas sim uma decisão coletiva. Esta ideia desmente que, formas de centralização do poder políticos como o Estado sejam um avanço e que as sociedades sem Estado vivam ancoradas num estágio primitivo da evolução humana.
Holterman dedica, ainda, uma atenção especial à análise da inteligência coletiva que possibilita em múltiplas comunidades um sistema baseado na justiça restaurativa. A sua leitura traz lições que deveríamos ter muito em conta.
Pueblos sin Estado. Antropología y anarquismo
Thom Holterman
Coleção: La Neurosis o Las Barricadas
Tamanho: 18 x 14 cm.
Páginas/Capa: 134 pp. Cartoné
Data/Lugar: Maio 2020, Madrid
Preço: 6 euros
Tradução > Ophelia
agência de notícias anarquistas-ana
“Pouso para a noite!”
E joga sua espada ao chão —
Tormenta de neve
Buson
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!