Falta um mês e meio para a reeleição de Lukashenko no país. A cada 5 anos, novos candidatos aparecem na cena política para salvar a Bielorrússia dessa ditadura. Em muitos casos, os candidatos não são muito conhecidos pelo público. Para os anarquistas, os nomes de políticos de oposição podem parecer familiares de algum lugar, mas na maioria dos casos todos esses candidatos são rostos novos nas grandes políticas da luta por poder. Com exceção de Sergei Gaidukevich, até agora nenhum dos candidatos foi declarado contra Lukashenko mais de uma vez. Isso, compreensivelmente, está ligado ao aparato repressivo, que em 2006 colocou um candidato da oposição na cadeia e em 2010 quase todos eles. Mas não apenas com repressão. A maioria dos políticos de oposição está ciente de que é impossível vencer as eleições de Lukashenko.
Os anarquistas vêm pedindo, há anos, por um boicote às eleições. As eleições presidenciais e parlamentares agora existem no país como uma legitimação do regime de Lukashenko. Mas uma sala de eleição vazia realmente não envergonha Lidia Yermoshina. Todas as eleições foram realizadas em nosso país e a democracia venceu.
As eleições parlamentares têm constantemente a participação de mais de 70% da população. A participação oficial nas eleições municipais de 2018, apesar do boicote e das salas de votação vazias, foi de 77%. Nossa população é tão ativa que excede o número de participação nos países onde os votos ainda importam: por exemplo, nas últimas eleições parlamentares na Polônia a participação foi de 61% (e antes disso em 2015 – apenas 50%). Nas eleições de 2016 nos EUA vencidas por Donald Trump, a participação foi de apenas 55%.
Tudo isso indica que não apenas os resultados das eleições foram manipulados, mas também a participação nessas eleições. A ausência de toda parte politicamente ativa da população nas eleições não afetará a participação de 80% em agosto deste ano. De acordo com especialistas anarquistas, uma baixa participação deve ter um impacto negativo no crescimento do bigode do presidente e na safra.
Mas mesmo sob essas condições, ainda pedimos um boicote. É o mínimo que as pessoas em nosso país podem fazer para combater a ditadura. E mesmo que nunca saibamos a verdade sobre esse ou aquele percentual, uma participação muito baixa pode pelo menos estragar o humor do primeiro e único presidente. Se você tem mais energia para o ativismo político, então você pode, de forma segura, começar a chamar amigos, parentes e conhecidos para boicotar a eleição e se organizar em grupos de campanha antieleitoral.
Ao mesmo tempo, não devemos esquecer que os anarquistas são contra, não apenas a essa eleição presidencial, mas contra qualquer presidente em geral. O povo bielorrusso há muito tempo sabe que o poder corrompe a todos. Lukashenko pode ser substituído por um político de oposição, que manterá o poder no país e continuará a repressão contra a sua própria população. Devemos nos levantar não para conseguir um novo presidente, mas para viver sem presidentes. A descentralização do poder deve ser um fator-chave na transição da ditadura para uma sociedade livre. Não basta escolher uma nova nomenclatura para o parlamento. Precisamos destruir completamente a oportunidade de formar uma elite dominante. E isso só pode ser feito destruindo as instituições da democracia representativa e substituindo-as por processos de democracia direta.
Fonte: https://pramen.io/en/2020/06/who-are-the-anarchists-in-the-2020-elections-for/
Tradução > Brulego
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Placa de “Proibido”…
No imponente poste de luz
xixi de cachorro.
Rogério Togashi
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!