Justiça de classe
Enquanto o bandido Patrick Balkany se exibe nas ruas e na TV apesar de sua condenação, e enquanto os criminosos uniformizados desfrutam de uma impunidade cada vez mais escandalosa, o caso tem motivos para raiva.
Em Lille, um Colete Amarelo cadeirante acaba de ser condenado a 6 meses de prisão e a 3 anos de proibição de manifestar-se por ter feito pichações com giz. Você não está sonhando. A frase é tão estranha que a imprensa de Lille se sente obrigada a especificar que este manifestante de cadeira de rodas seria um “Black Block”. Como se uma pessoa com deficiência pudesse ser uma ameaça para indivíduos armados, treinados e protegidos.
O caso aconteceu em 7 de dezembro de 2019. Durante uma manifestação, segundo a polícia, o acusado teria marcado slogans com giz nos caminhões da polícia. “Morte às vacas”. Um crime abominável, que pode ser apagado com uma esponja úmida. Na ocasião, ele foi abordado, colocado em prisão preventiva e sob supervisão judicial.
Desde então, passamos por uma greve de advogados e pelo confinamento. O veredicto final acaba de chegar para o Colete Amarelo: 6 meses de prisão e 3 anos proibido de se manifestar. É uma verdadeira empresa de terror, uma justiça de classe sem vergonha que quer acabar com o protesto. Os magistrados que pronunciaram esta sentença querem aterrorizar, humilhar, destruir.
Em dezembro foi Odile, 55 anos, morando em Toulouse, e também cadeirante, que estava sendo julgada por “violência contra autoridade pública”. Ela foi primeiramente acusada de “violência portando arma” – sendo a arma sua cadeira de rodas. Um CRS (Companhia Republicana de Segurança) que acompanhava a condenação dela alegou, contra todo o senso comum, que ela o “feriu” com sua cadeira de rodas. E os juízes tinham validado esta mentira.
Muitas vezes falamos da violência policial, mas às vezes esquecemos da violência extrema, menos visível, do judiciário e de seus juízes no comando. Nos últimos meses, centenas de anos de sentenças de prisão foram proferidas a manifestantes. A custódia policial gratuita, a proibição de manifestações e multas são incontáveis. Sem essa justiça que aterroriza, que protege os fortes e esmaga os fracos, os Coletes Amarelos e outras lutas não teriam sido sufocados pela repressão.
Nantes Révoltée
Tradução > Estrela
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À cotovia,
Que canta sem cessar,
O dia inteiro não basta.
Bashô
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!