Cenas sem precedentes de violência policial – mesmo para o caráter dos polícias gregos que se sabe que quebram constantemente a lei – ocorreram no bairro de Exarchia na noite de sexta-feira, 3 de julho de 2020.
Impulsionado pela impunidade que lhes foi oferecida pelas restrições à liberdade de movimento e pela proibição de agrupamentos de massa, durante a quarentena do coronavírus, bem como pelo novo projeto de lei que vai entrar em vigor na Grécia, restringindo ou proibindo protestos e manifestações, um exército de polícias de choque invadiu um concerto ao vivo na sexta-feira à noite, que acontecia na praça de Exarchia em solidariedade à ocupação “Dervenion 56” que foi despejada há alguns dias atrás, e sufocou a área com granadas de gás asfixiante, reprimiu o concerto, agrediu com violência brutal qualquer um/a que estivesse apenas a correr para escapar da sua raiva e ataques químicos e atingindo as pessoas com as suas motos em alta velocidade. Houve casos em que polícias com motos atropelaram pessoas caídas no chão esmagando as suas mãos e pernas, lançaram granadas diretamente nas pessoas, violentamente atacaram dezenas de clientes sentados em mesas exteriores de bares, atiraram uma granada de gás asfixiante para dentro de um bar, invadiram bares atacando impiedosamente trabalhadores e clientes, destruindo os estabelecimentos por dentro e por fora na Exarchia Square, em Themistocleous St, Koletti St e em Messolonghiou St, atiraram mesas e cadeiras contra as vitrines etc. Tudo o descrito acima foi gravado em depoimentos, fotos e vídeos que já foram divulgados na internet nos últimos três dias e este vídeo apenas se soma a todos os itens acima.
E no meio deste caos, causado pela polícia grega no bairro de Exarchia, destacaram-se a solidariedade e a resistência. Dos e das moradoras de Exarchia, que abriram as portas da frente dos seus prédios ou apartamentos para oferecer abrigo às pessoas que estavam a ser impiedosamente atacadas ou perseguidas pela polícia. Para as pessoas que saíam nas varandas e nas ruas, levantando-se e desafiando os bárbaros de uniforme. Mas independentemente do que o que eles façam, neste bairro, tudo termina nisto. “Resistência, auto-organização, solidariedade”. Há muitas, muitas décadas.
>> Veja o vídeo (03:37) aqui:
https://www.youtube.com/watch?v=4kisx4tVY34&feature=emb_title
Tradução > Ananás
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Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!