O dia 19 de Julho será o 84º aniversário da revolução social na Península Ibérica, que tanto admiramos e conhecemos. Mas esta data não é só importante aqui. Será também o 8º aniversário da revolução de Rojava, uma revolução que começou nessa data na simbólica cidade curda de Kobane.
Embora exista uma diferença de um século entre estes dois eventos, os paralelos entre as conquistas e os desafios destas duas sociedades revolucionárias são muitos.
Os avanços para a destruição do patriarcado numa sociedade conservadora, para o desarmamento do poder estatal e do capitalismo, para a coletivização da terra, para a autogestão da sociedade pelo povo – tudo isto fez da sociedade revolucionária de 1936 uma das maiores ameaças para as forças fascistas do exército nacional.
Podemos dizer exatamente a mesma coisa sobre Rojava e o Estado fascista turco. Este respondeu sempre com terror e violência às aspirações libertárias do povo curdo. Os ataques do exército turco aumentaram nas últimas semanas: raptos e torturas contínuas em Afrin, e bombardeamentos no campo de refugiados Makmur, em Kobane e nas montanhas Qandil e Sinjar. Além disso, a recente e incontestável chegada das forças especiais turcas ao norte do Iraque, onde existem grandes bases dos revolucionários, mostra que a Turquia não teme nenhuma repercussão dos governos mundiais.
Tanto o Reino Unido como a França, que mais tarde se declararam aliados contra o avanço fascista no século XX, olharam para o lado quando os exércitos nacionalistas espanhol, alemão e italiano avançavam dentro da Espanha. Da mesma forma, os chamados aliados na luta contra o Estado Islâmico – como a Rússia e os Estados Unidos – estão ignorando o massacre dos povos do nordeste da Síria e do Iraque, aqueles que mais sangue derramaram na guerra contra o bárbaro exército islâmico.
Muitos aspectos da revolução social do século passado estão ocorrendo agora mesmo, em 2020, em Rojava, em Makmur, nas montanhas de Qandil. Mas estão sob ameaça de destruição pelo segundo maior exército da OTAN e pelos grupos islâmicos aliados.
Talvez um dos aspectos mais inspiradores da Guerra Civil Espanhola tenha sido a demonstração de solidariedade global que veio através dos milhares de voluntários das Brigadas Internacionais que vieram para combater as trevas e defender a luta antifascista.
É por isso que a revolução de Rojava é também a nossa revolução. Agora temos de defender Rojava. Agora temos de defender a revolução social.
19 de julho é um dia para lembrar o que foi uma das realizações mais importantes do anarquismo. Mas este ano é também um dia para agir, para mostrar solidariedade, para rejeitar o fascismo, o patriarcado, o ecocídio e o capitalismo. Nesta ocasião, a Woman Defend Rojava, Make Rojava Green Again e o Rise 4 Up Rojava, estão pedindo jornadas de ação nos dias 18, 19 e 20 de julho.
Rojava resiste!
Rise Up 4 Rojava!
CNT com Rojava!
Fonte: https://www.cnt.es/noticias/19-de-julio-recordamos-el-36-y-defendemos-rojava/
Tradução > Liberto
agência de notícias anarquistas-ana
à lareira
rom-rom do gato
ou da cafeteira?
Rogério Martins
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!