A pandemia levou muitas pessoas a questionar como os alimentos são cultivados e quem controla a sua produção e distribuição. As práticas agrícolas capitalistas são uma das principais causas das mudanças climáticas e da insegurança alimentar em todo o mundo, incluindo o Reino Unido. Alimentos de boa qualidade, assim como a habitação, são uma necessidade básica e devem estar disponíveis para todas e todos. Dado que a indústria alimentar atual é focada nos lucros e não nas necessidades, muitas pessoas começaram a assumir o controle sobre a produção e o consumo dos alimentos. Já antes do confinamento, havia vários projetos alternativos de alimentação, incluindo hortas comunitárias, áreas de agricultura orgânica urbanas e cozinhas comunitárias, mas com as inadequações do sistema de supermercados e as dificuldades enfrentadas por muitas pessoas, o conceito de comida DIY(“faça você mesma/o”) espalhou-se ainda mais. Este artigo mostra o Crops Not Shops e é baseado nas informações do blog Alternative Estuary.
O Crops Not Shops é um projeto de jardinagem de guerrilha, composto por uma comunidade em rápido crescimento, que se afasta das insatisfatórias e não confiáveis máquinas de consumo que são os supermercados para assumir o controle dos seus próprios espaços, alimentos e dieta, investindo no cultivo e gestão dos seus próprios alimentos. Reconhecem que: “uma grande base da mudança de sistema está no que comemos, onde o obtemos, como garantir que haja abastecimento permanente e que tenha o menor custo financeiro possível”.
Introdução e Declaração da Missão: https://youtu.be/03ZyOHMw3eQ
“O projeto está se concretizando há apenas alguns meses, mas já unificou 800 membros ativos da comunidade e cresce a cada dia. Acabaram de iniciar o seu 14º local comunitário desde janeiro de 2020, há um vibrante grupo de partilha de sementes, plântulas, conhecimento e grupos de trabalho que também estabelecem contatos com outros grupos semelhantes e relacionados, como “Food Communities”, “Foraging UK” e ” Grow Cheshunt “. Os seus princípios são:
• Comida compartilhada
• Crescimento ético
• Sem produtos químicos e crueldade
• Conhecimento Compartilhado
• Rede de Apoio Comunitário
Mais comida gratuita disponível na comunidade também significa menos dinheiro a entupir as caixas nos supermercados. Em consonância com o óbvio, podemos deduzir que alimentos, energia, combustível e abrigo são os principais componentes da vida que nos ligam ao trabalho, à escola, à educação e à tributação.
A pandemia do Covid-19 motivou muitas pessoas a envolverem-se porque claramente o governo e os supermercados não estavam lidando com a situação. Não só as prateleiras estavam vazias, mas com muitas pessoas perdendo o emprego e o rendimento, os altos preços dos supermercados dificultaram a alimentação das pessoas.
“Chegamos ao Brexit em janeiro, o tráfego através dos portos abrandou e não conseguiu concluir as suas viagens, com atrasos nos portos. Dover e Calais pararam totalmente no dia 16 de janeiro devido a bloqueios de portos, ainda estamos sofrendo atrasos em meados de maio. Os produtos perecíveis não estavam sendo entregues dentro do prazo e os papéis de permissão de transporte não estavam carimbados. As rodovias da Inglaterra foram encarregadas de gerenciar o registro posterior do tráfego através dos portos deste lado do canal. No entanto, a imprensa britânica relatou que o motivo das prateleiras ficarem vazias era a acumulação e a ganância gerada pela pandemia, sério!? – Quantas vezes viram a mesma foto do indivíduo obeso com dois carrinhos de papel higiênico na Costco sendo usada nos jornais e por todo o país? Não se pode confiar no governo para gerenciar o abastecimento de alimentos para o povo. Aqui¹ está um pouco mais de leitura para analisar.
Cultivar alimentos e encontrar maneiras de os compartilhar entre aqueles e aquelas que precisam é uma forma essencial de apoio mútuo. É uma maneira de construir comunidades unidas e resilientes, que é a base da solidariedade nas outras lutas.
Desejas montar o teu próprio grupo irmão, impulsionando a mudança na tua área?
Aqui está o link da página do grupo do Crops Not Shops:
https://www.facebook.com/groups/824963631333587/
[1] https://www.resilience.org/stories/2020-04-20/anarchist-farm-a-revolutionary-feast/
Fonte: https://www.anarchistcommunism.org/2020/07/02/crops-not-shops/
Tradução > Ananás
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Paulo Franchetti
obrigada por a traducao