Ante a emergência mundial da pandemia, o Estado se concentrou em militarizar ainda mais todo o território empobrecido e politizado que seja ameaçador por seu possível levante popular ante as injustiças e violências vividas, com a desculpa de estar resguardando a “cidadania”, quando os milicos e os pacos são a verdadeira ameaça para todos nós. Sobretudo para as comunidades indígenas autônomas como o povo mapuche, que já viviam perseguidos constantemente pela polícia e agora também pelos militares armados, vivendo dia a dia o aumento da violência e da repressão em seu território com os desalojos dos lof, as perseguições políticas, os encarceramentos e os assassinatos de comuneiros mapuche como o do werken Alejandro Treuquil faz algumas semanas, somando a ação covarde de ontem (01/08) à noite realizada por grupos racistas nos diversos desalojos que se deram tanto em Curacautín, Traiguén e Victoria, ações orquestradas desde atrás por organizações de tipo fascista, junto a autoridades respaldadas pelo governo e com a observação passiva da polícia. Como tampouco nos parece casualidade que justo depois da visita do novo ministro do interior de uma reconhecida trajetória vinculada à ditadura e a casos de pedofilia, tenham se realizado estes ataques quando precisamente era ele que falava sobre uma possível agudização da violência na Araucania.
“Querem tirar-lhes suas terras, eles tem que defendê-las”, mas não só quiseram tirar suas terras, mas também querem tirar suas vidas há mais de quinhentos anos. É por isto que o povo mapuche teve que se defender para sobreviver e seguir resistindo. Diversas comunidades mapuche realizaram ações diretas nos últimos meses, como concentrações fora do cárcere de Angol, a sabotagem às empresas florestais, tomadas de prefeituras e fortaleceram suas comunidades organizadas para se protegerem e dar resposta à violência, criminalização e morte com que o Estado chileno lhes ameaça cada vez com mais força. Temos que nos solidarizar com sua luta e visibilizá-la porque estamos convencidos que sua luta pelos territórios transcende mais além de uma questão de propriedade da terra. Cremos que é fundamental pelo fato de que cada terra mapuche recuperada é uma terra tirada das mãos do extrativismo empresarial disfarçado de trabalho como o são as florestais que criaram uma devastação da terra insustentável, como também um empobrecimento que vai de geração em geração com trabalhos precarizados. É por isso que devemos nos irmanar com a causa justa que é, impedindo que o Estado armado com a justiça institucional e os meios de comunicação siga criminalizando e encarcerando a mais pessoas. Se o racismo decide se organizar, nossa tarefa fundamental será destruí-lo e propagar ainda mais o antirracismo por uma vida em harmonia e comunidade. Liberdade e autonomia para o Wallmapu, basta de perseguição às comunidades indígenas que habitam o longo território dominado pelo Estado chileno. Nos irmanamos a cada povo originário oprimido no mundo, porque cada território recuperado pelos povos é um território a menos para a devastação do meio ambiente, com os povos oprimidos a construir:
AUTONOMIA, TERRA E LIBERDADE!
LIBERDADE AOS PRESOS POLÍTICOS EM GREVE DE FOME, LIBERDADE AO MAPUCHE POR LUTAR!
Assembleia Libertária Santiago
Tradução > Sol de Abril
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Fanny Dupré
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!