Muitas pessoas que diariamente passam pela avenida Celso Garcia, na zona leste de São Paulo, não tem a menor ideia de como a via, que hoje é tão mal cuidada, foi no passado. Mas conversando com pessoas mais antigas, ou lendo livros como “Belenzinho 1910”, de Jacob Penteado, é possível imaginar o quão elegante esta avenida já foi.
Pode-se dizer que até meados da década de 30 a Celso Garcia era uma pequena avenida Paulista, repleta de casarões, mansões e palacetes. Estas, por sua vez, ficavam misturadas as diversas fábricas que tornavam a região do Belenzinho, um bairro de patrões e operários. Mistura essa muitas vezes explosiva, especialmente pelo grande número de sindicatos e anarquistas que andavam pela região.
E se o anarquismo por um lado trazia confusão, por outro também trouxe o conhecimento. Foi das mãos de um pedagogo, anarquista convicto, chamado João Penteado que surgiria uma das primeiras escolas da região e que duraria cerca de 90 anos: O Colégio Saldanha Marinho.
O ENSINO NO BELENZINHO:
Escolas na região do Belenzinho surgiram, de forma não oficial, a partir de 1898. A primeira que se tem notícia era uma pequena escola de propriedade do italiano Godofredo Tosini, na própria Celso Garcia. Alguns anos depois um português, conhecido como Ciro, também montou uma pequena escola de alfabetização na sobreloja da Padaria Francesa, também na mesma avenida. Escola oficial só surgiria em 1909, com o Grupo Escola Amadeu Amaral, que existe até hoje, na época chamado Grupo Escolar do Belenzinho.
A ESCOLA MODERNA Nº1
É em 1912 que João Penteado inaugura uma pequena instituição de ensino no Belenzinho chamada Escola Moderna nº1. A foto abaixo, de 1913, mostra o próprio João Penteado e uma professora com um grupo de alunos diante desta escola, que na época ficava à rua Saldanha Marinho.
As escolas modernas, um projeto de pedagogia libertária, e que era popular na Europa logo se popularizaria por aqui também, com seu ensino progressista e de forte influência anarquista. Entre 1912 e o final desta mesma década, além da Escola nº1, outras surgiram seguindo o mesmo perfil. Elas teriam se popularizado ainda mais não fosse um trágico ocorrido da madrugada de 19 para 20 de outubro de 1919.
Uma bomba que estava sendo produzida por anarquistas em uma casa da região, para alguma ação de terrorismo, explodiu durante a manufatura, levando o imóvel pelos ares e deixando a população paulistana muito assustada. Entre os quatro mortos do trágico acontecimento, estava o anarquista João Alves, diretor na Escola Moderna nº2. A descoberta da presença de Alves pela polícia fez com que o governo decidisse pelo fechamento imediato das Escolas Modernas.
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agência de notícias anarquistas-ana
Pra que respirar?
posso ouvi-la, fremindo,
maciez de noite.
Soares Feitosa
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!