Desde a revolta insurgente do povo em outubro de 2019 vivemos uma revolta constante na qual as decisões do Estado que não contempla nossos interesses não são mais toleradas ou suportadas passivamente. Vemos também que o aparelho repressivo está fazendo esforços para criminalizar e aprisionar todas as formas de luta, ou pelo contrário, para apaziguá-las com migalhas: vimos isso com a criação de leis que penalizam o uso de capuzes, barricadas, bloqueios de ruas, ou a injeção de dinheiro na assistência social, como paupérrimas caixas de alimentos e bônus. Mas tornou-se evidente que suas medidas não são suficientes e menos ainda podem tornar invisíveis as aberrações deste modelo de dominação que se tornam mais evidentes num contexto de crise sanitária. É por estas razões que agora, mais do que nunca, devemos estar ao lado daqueles que foram presos por enfrentarem resolutamente este sistema de injustiça e opressão e que arriscam longas sentenças nos próximos julgamentos.
Hoje estamos diante de uma nova etapa na prisão dxs camaradas em revolta, os prazos para investigação estão sendo cumpridos e os julgamentos estão se aproximando. Alguns deles já foram condenadxs por um julgamento sumário. Há camaradas que estão sendo solicitadxs a cumprir mais de vinte anos de prisão, tornando evidente a punição exemplar que pretendem dar ao protesto social, e enquanto isso vemos como as pessoas continuam a cair porque se recusam a morrer passivamente, de fome, de vírus, de capitalismo. Xs presxs da revolta foram julgadxs como criminosxs comuns, não reconhecendo sua qualidade de prisioneirxs políticxs; abraçamos todxs xs prisioneirxs que, por diferentes razões, estão atrás dos muros. Esta omissão do aparato estatal é uma negação do caráter transgressivo e político das ações pelas quais foram perseguidxs e acusadxs.
Neste cenário repressivo e punitivo, a solidariedade e a exigência de liberdade de nossxs presxs políticxs da revolta torna-se urgente e fundamental, entendendo que a solidariedade acima de tudo deve ser forjada a partir de uma tarefa revolucionária, que por um lado se manifesta no apoio direto que xs presxs exigem, mas ao mesmo tempo está de acordo com uma prática de luta e transformação social. É por isso que nosso horizonte de luta se situa na força e consolidação de uma mobilização social que exige nas ruas e nos diferentes territórios a liberdade de todxs xs presxs políticxs e é, ao mesmo tempo, uma parte substancial das justas demandas e lutas dxs oprimidxs.
Por isso, diante das condenações que o Estado busca contra xs prisioneirxs da revolta, pedimos a solidariedade nacional e internacional para exigir sua liberdade imediata, com a certeza de que a força e a persistência das expressões de solidariedade, dentro e fora do país, são fundamentais neste caminho de luta que traçamos juntos pela liberdade de nossxs camaradas. Estendemos esta convocatória apelando para as múltiplas iniciativas e ações de solidariedade que surjam de cada território.
DIANTE DAS CONDENAÇÕES DE QUE O ESTADO BUSCA, SOLIDARIEDADE ATIVA EM TODOS OS LUGARES!
LIBERDADE PARA XS PRESXS DA REVOLTA E A TODXS XS PRESXS POLÍTICXS!
Coordenadoria 18 de Outubro
Tradução > Liberto
agência de notícias anarquistas-ana
Uma pipa
No mesmo lugar
do céu de ontem!
Buson
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!