Perante os repetidos e históricos episódios de discriminação racial e violência policial, em Portugal e no mundo, assistimos a poderosas demonstrações de repúdio, força e solidariedade. O Jornal Mapa, na sua edição 28 (Agosto-Outubro), apresenta um conjunto de reflexões em torno de questões como a negritude, o privilégio branco, o racismo e o abolicionismo, dando voz a quem luta cotidianamente contra o preconceito.
Para uma arqueologia das ideologias identitárias, recuamos até aos mitos fundacionais da chamada portugalidade, desmontando as falsidades da história Celta e de Viriato, hoje ao serviço de nacionalismos e fascismos cada vez mais extremados.
Sobre o cotidiano pandêmico das desigualdades sociais, esta edição assinala os despejos ilegais das casas ocupadas nos últimos meses e registramos aquela que foi a primeira concentração organizada por pessoas sem-abrigo em Portugal.
No campo, e na linha da frente da defesa pelos territórios, o jornal cobre, e uma vez mais, as lutas das populações contra a febre de mineração do lítio, ou as que procuram recuperar das radiações que ainda perduram das minas de urânio de outrora; assinala a destruição do litoral alentejano, de Tróia a Melides, na vertigem do turismo; e, no interior alentejano, a saúde das pessoas que vivem sufocadas no mar de olivais superintensivos. Neste Mapa olha-se ainda para a estratégia do hidrogênio, para a recordação do Rio Tua na luta, ainda presente, pelos rios livres e selvagens e fala-se das ervas vagabundas nas nossas ruas.
Há ainda uma entrevista a Euclides Mance em relação aos circuitos econômicos solidários, à fotógrafa Urzula Zangger recordando a arte humana de Vieira da Silva e do Arpad Szenes, ao pianista Tiago Sousa num diálogo com Kierkegaard sobre a crise pandêmica e a Júlio Henriques sobre a revista Flauta de Luz. E mais há para descobrir neste número do Jornal Mapa, que surge nas vésperas da edição do livro Transumano Mon Amour – Notas sobre o Movimento H+, as crônicas de Andrea Mazzola publicadas neste Jornal entre 2015 e 2019.
O Jornal Mapa está disponível de Norte a Sul do país em diversos pontos de venda e podes também recebê-lo em casa, de três em três meses, fazendo uma assinatura. O que não impede que dês um salto aos lugares inconformados onde podes encontrar estas 48 páginas trimestrais de informação crítica.
agência de notícias anarquistas-ana
sombras pelo muro:
a borboleta passa
seguindo a anciã…
Rosa Clement
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!