[Espanha] A polícia detém por delito de ódio “contra nazis” três antifascistas enquanto ignora a lei contra símbolos franquistas

Uma manifestação ultradireitista em Benimaclet, um bairro obreiro e integrador de Valência, acabou com a detenção de três antifascistas, enquanto a polícia ignora a aplicação da Lei valenciana de Memória Democrática vigente desde 2017, que os obriga a identificar para sancionar a quem faça apologia do fascismo, como faziam os manifestantes ultras que escoltavam.

Três jovens antifascistas, procedentes de cidades vizinhas de Valência, foram detidos na tarde de segunda-feira (12/10) quando fugiam de um grupo de ultradireita que os perseguia, nas proximidades do bairro de Benimaclet, segundo informou à imprensa local seu advogado.

Tudo aponta, segundo testemunhas, que os jovens tiveram um confronto em uma das ruas com um grupo muito numeroso de ultras que iam à manifestação prevista para as sete da tarde, optando por sair correndo e fugir, até que foram detidos.

Os jovens iam ao bairro para apoiar as atividades de “Benimaclet Lliure d’Odi”, uma jornada de protesto pacífica contra a manifestação convocada pela ultradireita, por causa do “Dia da Hispanidade”. Espanha 2000 escolheu para sua celebração este bairro tranquilo, conhecido pela convivência inter-racial e solidária há décadas que, também, é residência de milhares de estudantes universitários.

Durante a detenção, os três jovens sofreram feridas de vários tipos na cabeça e extremidades, provocadas pelos golpes e os chutes dos agentes, segundo seu advogado.

Os três jovens antifascistas permanecem desde a tarde de segunda-feira nos calabouços do antigo quartel de Zapadores de Valência, até que possivelmente na quinta-feira passem a disposição judicial. Uma situação que a organização contra a repressão Alerta Solidária não entende.

As tochas e a formação paramilitar da manifestação não puderam dissimular sua debilidade política, que apenas conseguiu reunir a uma centena de fanáticos que, em todo momento, foram escoltados pela polícia, enquanto o bairro inteiro fazia soar caçarolas manifestando seu rechaço.

Fazia tempo que não se viam em uma manifestação tantas bandeiras franquistas, nazis, falangistas, runas célticas e demais símbolos fascistas. E isto precisamente provocou a reação de Rosa Pérez Garijo, a conselheira de Participação, Transparência, Cooperação e Qualidade Democrática, que teve que recordar que os valencianos tem desde dezembro de 2017 uma lei que impede e sanciona estes atos de exaltação fascista.

Fonte: agências de notícias

Tradução > Sol de Abril

agência de notícias anarquistas-ana

o fogo partiu saciado
a floresta de luto
soluça

Eugénia Tabosa