Por António Fernandes | 27/08/2020
Contrariamente à corrente de pensamento instituído e dos devaneios de quem manipula esse pensamento no sentido que mais lhe convém, a anarquia não é a desorganização social total.
A anarquia é a capacidade de o Ser Humano se auto-organizar com base em regulamentação comumente discutida e aceita sem a necessidade do peso coercivo da Lei ou de outros meios de supressão ou de repressão coletiva ou individual suportada por uma forte estrutura intelectual de desapego material das coisas em sintonia com uma forma de estar e de apego a valores solidários estritamente articulados dando sentido ao pensamento Marxista: “De cada um, segundo as suas possibilidades. A cada um, segundo as suas necessidades.”
Uma linha mestra da corrente do pensamento filosófico que acredita na evolução social e cultural das sociedades para um estádio igualitário onde os bens partilháveis são os do conhecimento e do saber.
Tudo o mais é irrelevante por efêmero.
Tanto no tempo Histórico dos ciclos evolutivos da Humanidade como na sua dimensão intelectual presente.
Um Estado igualitário na partilha da maior riqueza que a Humanidade tem:
– Ser capaz de se Humanizar perante as contrariedades temporais mas também, na procura constante das soluções conducentes a essa Humanização de forma a interagir entre si e, com o meio.
Porque, a Humanidade não está condenada à extinção.
A Humanidade está condenada a coabitar entre si com a maior perfeição possível em cada momento, sendo que o momento seguinte tem de ser mais perfeito ainda.
O anarquismo é por isso, um estado mental de tal forma evoluído relativamente ao existente que a atual realidade cognitiva não consegue vislumbrar ou discernir.
A anarquia é o estádio perfeito da organização social em que cada um assume a sua responsabilidade em não beliscar direito alheio e com esse princípio conviver em harmonia e articulação de um conjunto de valores comumente aceitos como sendo as regras porque se rege uma sociedade civilizada.
Muito além das atuais sociedades tidas por civilizadas mas que só respeitam os seus valores individuais assentes em assimetrias transversais onde tudo serve para segregar os segmentos mais fragilizados pelos efeitos diretos e colaterais permissivos a uma organização social escalonada em diversos patamares diferenciadores dos extratos sociais implementados ao longo dos séculos, onde só os mais fortes e bem protegidos têm acesso ao poder num regime onde o poder é a força que rege a vida.
O anarquismo será, assim, um estádio civilizacional resultante do aperfeiçoamento do estádio do Socialismo.
Fonte: https://www.diariodominho.pt/2020/08/27/o-que-e-afinal-o-anarquismo/
agência de notícias anarquistas-ana
Vendinha de bairro.
Ressona feliz gatinho
no saco de estopa.
Fanny Dupré
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!