Relato de All out DC sobre os violentos ataques neste sábado, 14 de novembro, da extrema direita pela gangue do grupo Proud Boys seguindo o #MillionMAGAMarch em Washington DC.
Milhares de apoiadores de Trump se reuniram em Washington DC, a fim de construir apoio popular a um golpe liderado por Trump. A manifestação foi organizada para “Parar o roubo”, e promoveu conspirações de extrema direita de que Trump realmente venceu a eleição de 2020 de forma esmagadora. Entre os que protestavam estava a gangue de rua da extrema direita, os Proud Boys, apoiadores do QAnon, ativistas neonazistas e anti-semitas como Jason Kessler, Baked Alaska, Vincent James e Jovi Val, nacionalista branco “Groypers” liderado pelo manifestante da Unite the Right Nick Fuentes e teóricos da conspiração como Alex Jones.
Em resposta, uma coalizão de ativistas de DC se formou para responder às ameaças às comunidades marginalizadas e para proteger as obras de arte no Black Lives Matter Plaza e os memoriais aos mortos. Enquanto defendia o Black Lives Matter Plaza da violência da direita, pelo menos um jornalista foi atacado por um grande grupo de Proud Boys.
Ao cair da noite, o líder dos Proud Boys, Enrique Tarrio, postou no site de mídia social Parler, “A Antifa de DC termina hoje à noite”. Pouco depois, centenas de Proud Boys violentos saíram às ruas com a intenção de atacar os manifestantes anti-Trump na praça Black Lives Matter. Nos violentos confrontos que se seguiram, três pessoas foram esfaqueadas por Proud Boys, incluindo POCs e LGBTQs, com duas pessoas sendo enviadas para o hospital em estado crítico. Pelo menos um homem trans também foi espancado e fisicamente agredido por membros da direita.
Numerosos meios de comunicação tentaram minimizar a violência ou apresentá-la como vinda de “ambos os lados”. Trolls da extrema direita com longo histórico de trabalho com grupos racistas violentos também editaram e manipularam vídeos seletivamente para fazer parecer que manifestantes anti-Trump atacaram apoiadores de Trump aleatoriamente. Na realidade, grupos da direita invadiram o Black Lives Matter Plaza com a intenção expressa de causar violência física. Milhares de apoiadores de Trump destruíram obras de arte e memoriais de negros assassinados pela polícia. Numerosos exemplos desses atos foram capturados pelas câmeras.
Depois que os ativistas antifascistas da Femme Anarcho-Abolitonist Network (FAAN), All Out DC e Black Lives Matter DC foram para casa, o Proud Boys continuou sua violência e destruiu os cartazes de apoio a comunidade e ao movimento Black Lives Matter, enquanto o MPD (Departamento de Polícia Metropolitana) assistia e não fazia nada.
Nos últimos 5 meses, testemunhamos a polícia e a Guarda Nacional sendo mobilizada nos Estados Unidos sob o pretexto de proteger a propriedade privada – mas parece que quando a violência e a destruição de propriedade vêm de gangues de rua da extrema direita que apoiam Trump, essa violência é permitida. Ao longo do dia, o MPD também deixou claro quem apóia, ao atacar residentes de DC enquanto protegia grupos fascistas violentos.
No momento em que este relato é escrito, pelo menos algumas dezenas de pessoas sofreram ferimentos leves. O ferimento de uma pessoa estava a apenas “um milímetro de órgãos vitais”. A violência fascista só aumenta quando a ignoramos. Se não pararmos a expansão do crescente movimento fascista tanto dentro do Partido Republicano quanto nas ruas, mortes como a de Heather Heyer serão em vão.
Enquanto os liberais faziam campanha para as pessoas ficarem em casa, ativistas antifascistas se manifestaram, como Richard Ramirez: “Eu não queria que DC – especialmente o Black Lives Matter Plaza, ou membros de comunidades marginalizadas – fossem feridos ou mortos por extremistas de direita. As pessoas que ficaram em casa, ou por medo legítimo ou porque acreditaram que ‘isso é o que Trump quer’ permitiram que a violência acontecesse em nossa comunidade”.
Temos sorte de ninguém ter morrido, mas a violência e a destruição da direita prevaleceram na noite passada por conta da falta de resposta da comunidade e a facilitação por parte do Estado.
Fonte: https://itsgoingdown.org/antifa-ends-tonight-dc/
Tradução > A. Padalecki
agência de notícias anarquistas-ana
mar não tem desenho
o vento não deixa
o tamanho…
Guimarães Rosa
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!