Convidamos você a apresentar contribuições para um volume editado sobre as inter-relações entre o anarquismo e o movimento punk.
Enviar resumos de 250-300 palavras para
Will Boisseau (will.boisseau@hotmail.com),
Caroline Kaltefleiter (Caroline.Kaltefleiter@cortland.edu), e
Jim Donaghey (j.donaghey@qub.ac.uk)
Antes de 20 de janeiro de 2021.
Para obter mais detalhes, veja o link abaixo.
https://jimdonaghey.noblogs.org/anarchism-and-punk-call…/
Nos últimos anos, o movimento punk tem sido objeto de uma multidão de excelentes escritos.
Os melhores deles estão em reflexões críticas que emergem do pântano da nostalgia dos anos 70, e engajamentos críticos que enxergam além do âmbito restrito dos locais de nascimento anglo-americanos do punk.
Esta chamada de trabalhos se propõe a continuar e expandir este emocionante trabalho, examinando em maior detalhe a relação entre o anarquismo e o movimento punk, enfatizando seu caráter contemporâneo e sua difusão mundial.
Embora o anarquismo tenha sido reconhecido como o principal companheiro político do movimento punk, é óbvio que nem todos os punks são anarquistas, e nem todos os anarquistas são punks. Mesmo depois de mais de 40 anos de associação entre o movimento punk e o anarquismo, a relação está longe de ser simples. Ao reunir duas entidades multifacetadas, uma certa divisão tem que ser considerada e até mesmo desejada.
As opiniões sobre a relação entre o anarquismo e o movimento punk são muito variadas. Tem sido categoricamente rejeitada por anarquistas “materialistas” que se preocupam com sua aparente falta de consciência histórica ou com suas tendências de “estilo de vida”. Da mesma forma, houve uma rejeição do anarquismo punk pela “velha guarda” do movimento anarquista, que se concentra em memórias desbotadas de revoluções fracassadas.
Em um sentido menos contraditório, outras análises mostraram que o movimento punk era uma força revigorante para os movimentos moribundos ou anarquistas reprimidos em todo o mundo. Foi reconhecido o valor do exemplo prático de “anarquia em ação” fornecido pela produção cultural do punk DIY [“Do It Yourself”: faça você mesmo], e a importância dos “espaços punk”, como okupações e centros sociais no apoio aos movimentos anarquistas militantes. Em todo o mundo, o movimento punk continua a desempenhar um papel na politização de novas gerações de anarquistas, quase sempre sob o radar da mídia tradicional, e muitas vezes sem o conhecimento dos pesquisadores acadêmicos.
Mas nenhum destes pontos de vista ficará sem resposta, e é sobre este animado debate que este projeto pretende construir. Convidamos as contribuições a refletir sobre a relação entre o anarquismo e o movimento punk em determinados momentos ou lugares, ou que examinem como o movimento punk expressa (ou não expressa) aspectos específicos da filosofia política anarquista, ou que estabeleçam comparações entre o movimento punk e outras culturas musicais e movimentos artísticos influenciados pelo anarquismo.
Algumas perguntas provocadoras de pensamento que você pode responder ou tomar como ponto de partida:
• Que lições podem as outras correntes do movimento anarquista aprender com a longevidade do movimento punk e sua impressionante difusão mundial?
• A relação entre o movimento punk e o anarquismo é visivelmente distinta em “outros” contextos globais (especialmente no “Sul Global”)?
• O sucesso do movimento punk na “recuperação dos meios de produção cultural” pode ser replicado em outras áreas de produção (seja social ou material)?
• O movimento punk está bem posicionado para responder, resistir ou escapar do mundo capitalista neoliberal? Ou é apenas mais um prenúncio do avanço aparentemente irresistível do neoliberalismo?
• Como o movimento punk enfrenta a vida sob os estados e governos socialistas/comunistas? Ou a vida sob estados e governos fascistas/autoritários/totalitários?
• Como a cultura punk (ou contra-cultura) pode intervir nas “guerras de cultura”?
• Em nossa época de crise perpétua, que papel pode desempenhar o movimento punk como ponto focal de resistência e ajuda mútua?
• Como o movimento punk respondeu a outras ideologias radicais além do anarquismo (marxismo, autonomismo, socialismo, feminismo, ambientalismo)?
• Como o movimento punk tem interagido com movimentos sociais específicos (Black Lives Matter, antifa, Extinction Rebellion, trans, anti-globalização, Occupy, Disabled, Food Not Bombs, LGBT, squatting)?
• Como o movimento punk desafia ou falha em desafiar o patriarcado? O queer punk é diferente em diferentes contextos globais?
• O que a preponderância do veganismo na cultura punk nos ensina sobre as tensões entre a escolha individual do consumidor e o ativismo? Como são outros comportamentos e práticas de consumo punk relacionados ao anarquismo?
• Como a preponderância do antiteísmo na cultura punk reflete o antiteísmo anarquista e o anticlericalismo?
• Como a relação entre o movimento punk e o anarquismo se compara com a de outras culturas musicais ou movimentos artísticos associados ao anarquismo? (Hip-hop, rap, dança, rave, folk, anti-folk, metal, jazz, kraut rock, ska, avant-garde, rebetiko, corridos, no wave, música rebelde irlandesa, ad nauseam).
Sinta-se à vontade para ir além destas questões em suas contribuições.
Editores:
Will Boisseau: will.boisseau@hotmail.c
Caroline Kaltefleiter: Caroline.Kaltefleiter@cortland.edu
Jim Donaghey: j.donaghey@qub.ac.uk
Linha do tempo:
23 de novembro de 2020 – Difusão da Chamada de Trabalhos.
20 de janeiro de 2021 – Favor enviar resumos de 250-300 palavras aos editores até 20 de janeiro de 2021 (nos endereços de e-mail listados acima).
21 de junho de 2021 – As contribuições entre 5.000 e 8.000 palavras devem ser apresentadas até 21 de junho de 2021. Elas devem ser escritas tendo em mente o público leitor em geral.
Inverno 2021/22 – Após revisão e edição, o livro será publicado sob contrato com uma respeitada (e amiga do punk) editora radical. Os detalhes serão anunciados em data posterior.
Aguardamos ansiosamente a leitura de suas idéias para contribuições!
Em solidariedade
Will, Caroline & Jim
agência de notícias anarquistas-ana
Em câmera lenta
preguiça na imbaubeira
passa a outro galho.
Anibal Beça
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!