Um ativista que vive em Atenas compartilha sua experiência de vida na capital grega durante a COVID-19. Desde a eclosão da pandemia, as pessoas do movimento foram afetadas de forma desproporcional pelas medidas do lockdown em toda a Europa, mas especialmente na Grécia.
Na noite anterior ao Halloween, quando eu estava atravessando a Praça Victoria, fui pego pelos policiais por usar a máscara no queixo.
Ao mesmo tempo havia pessoas brancas sentadas em um café, e caminhando na rua sem máscaras.
Meu frenesi para comemorar o Halloween, no entanto, acabou com um belo tapa racista na minha cara. Eu estava me perguntando, por que eles têm o asqueroso direito de assediar, bater e brincar com a dignidade humana.
Eu perguntei a eles educadamente, por que eu? Por que nós? Nem uma única explicação. A quem estou perguntando?
Nós refugiados e imigrantes temos experimentado esse comportamento racista constante há séculos. É tolice acreditar que vivemos em uma sociedade igualitária com pessoas como eu sendo brutalmente assassinadas, assediadas, e tratadas de forma horrível, por causa de nossa cor, nacionalidade, gênero, crenças religiosas, e por tantas outras razões. O incidente que aconteceu comigo, é um pesadelo diário na sociedade em que vivemos.
Na manhã seguinte, encontrei um amigo meu. Eu não estava com ele de jeito nenhum, eu ainda estava vivendo naquele pesadelo que aconteceu na noite anterior.
Quando eu cheguei em casa, passei a noite de Halloween praticamente na minha cama, porque eu estava apavorado. Depois de alguns dias de processamento, percebi que não deveria e não vou deixar esse sistema social e político injusto me derrubar. Mas como?
Talvez ganhando uma compreensão abrangente do racismo e do sexismo, possamos chegar a esse ponto. E quando entendermos melhor, seremos capazes de limpar essa sujeira política, feita pelas corporações e governos que são obviamente responsáveis por essa bagunça. Seria brilhante, se pudéssemos curar essa doença mental de sempre tentar obter mais poder, e derrubá-los através da conscientização, organização e resistência conjunta. O que inclui cada aspecto de nossas vidas. Se alcançássemos esse ponto, as pessoas como eu não seriam questionadas – “Por que você está aqui?” Não te convidamos”. E o mais importante, não estaríamos aqui se nossos países não fossem destruídos pelo ganancioso e bárbaro sistema capitalista.
Junaid Baloch
Fonte: https://freedomnews.org.uk/ays-special-from-athens-racism-and-police-harassment-during-covid-19/
Tradução > Brulego
agência de notícias anarquistas-ana
podem tirar tudo da gente
menos a beleza
dessa lua crescente
Ricardo Silvestrin
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!