A política normal está chegando ao fim. Com a chegada de AMLO (Andrés Manuel López Obrador), o México experimenta o primeiro governo de “esquerda” em sua história. E, dois anos depois deste governo, tornou-se claro que todo governo é mau. A violência masculina, a militarização, os megaprojetos, o neoliberalismo, o desemprego e a miséria aumentaram. E a isto se soma o tratamento da pandemia, tornando o México o quarto maior assassino. Este governo está disposto a nos jogar nas ruas em um boom de contágio, desde que o grande capital não perca. Empresas como a Elektra não fecharam por um dia durante a pandemia para que não parassem de coletar os “pequenos fertilizantes” que sugam dos setores mais pobres. No passado, quando a opressão era desenfreada, as pessoas diziam: “Bem, quando Obrador chegar, estaremos melhor, ele tirará o exército das ruas, acabará com a violência, parará com os femicídios, cancelará os megaprojetos, haverá empregos, haverá apoio”. Mas agora que as coisas estão piorando, por qual messias, qual líder, devemos esperar? Agora não resta nada a não ser desesperar, parar de esperar que alguém venha e melhorar nossa situação e, em vez disso, fazer isso por nós mesmos.
O fim da política normal (esquerda e direita eleitorais) é o início da política radical, aquela que propõe mudanças fundamentais. Estes anos serão cruciais para redefinir o que significa ser uma oposição. Antes, ser uma oposição significava confiar em seu líder, ir votar e demonstrar quando e como você era informado. Mas quem será a oposição de AMLO e seu 4T? Esta é uma questão delicada, basta olhar para experiências como a do Brasil ou da Bolívia. Em todo o mundo, os fascistas se levantam como a “nova direita” (alt-right). É hora de nos posicionarmos como a outra alternativa, como os principais inimigos tanto da nova direita como da velha ordem normal. Uma oposição desde o local, da autonomia, da auto-organização, da diversidade, da horizontalidade, da autogestão e da ação direta. Não é por acaso que o terror do atual governo é organizado por mulheres e pessoas que lutam contra megaprojetos.
Neste contexto, a CAM grita Liberdade! Autonomia! Vida! Anarquia! Coordena projetos libertários em Guadalajara, Estado do México e na cidade monstro [Cidade do México], por enquanto. Todxs trabalhando em suas comunidades com autonomia, mas unidos pela convicção de fazer do anarquismo uma alternativa viável de vida organizada a partir de baixo, sem líderes, pela livre associação da diversidade e em paz com a mãe terra. A nova oposição está vestida de preto e queremos que seu nome seja sua voz periódica em todo o território.
A Coordenação Anarquista do México é um esforço para coordenar projetos libertários e autogestionários, respeitando sua autonomia. Até agora, acrescentou projetos nas seguintes regiões:
Jalisco:
Colectivos en Resistencia Guadalajara
Comida No Bombas Guadalajara
Colectivo Ácrata Tierra y Libertad
Cidade Monstro (CDMX-Edo Mex):
La Rabia
Rompiendo Kadenas
LibertariA Fanzine
Colectivo Autónomo Ácrata
Colectivo Banderas Libertarias
Fonte: https://rk-acracia.com/2020/11/25/nace-la-coordinadora-anarquista-de-mexico/
Tradução > Liberto
agência de notícias anarquistas-ana
A chuva tardia
deixou perfumes de terra
nas ruas molhadas.
Humberto del Maestro
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!