Justiça da Espanha retoma palácio que foi apropriado por Franco e manda os herdeiros do ditador desocuparem o local

No ano passado, os restos mortais do ditador foram retirados de um mausoléu perto de Madri, onde estavam desde 1975, quando Franco morreu.

A Espanha apropriou-se de um palácio de verão que foi ocupado pelo ditador Francisco Franco e ordenou aos herdeiros dele que deixassem o local nesta quinta-feira (10).

O imóvel fica na região da Galícia, no noroeste do país. Há uma grande coleção de peças de arte no local.

A procuradora-geral Consuelo Castro foi quem conduziu uma inspeção final e tomou a posse em nome do Estado. Ao chegar lá, ela foi recebida por pessoas que apoiavam o despejo dos herdeiros do ditador. Em uma faixa, lia-se “Faça-os devolver o que foi roubado: franquismo nunca mais”.

Palácio comprado pelo governo com doações

O castelo Paço de Meiras foi construído entre 1893 e 1907. O prédio é avaliado em mais de 5 milhões de euros (cerca de R$ 31 milhões) pela família.

Em 1938, o palácio foi adquirido com doações públicas em 1938, durante a Guerra Civil Espanhola. Franco se apoderou dele em 1941.

Em setembro de 2020, a Justiça decidiu que essa manobra de 1941 foi ilegal, pois as doações não haviam sido feitas diretamente ao general, mas, sim, ao líder do Estado, e ordenou que os herdeiros abandonassem o local.

Os herdeiros do ditador apelaram às instâncias superiores e perderam.

A Justiça também mandou fazer um inventário da propriedade. Há cerca de 700 objetos de importância histórica ou de valor artístico. Há duas estátuas no palácio que estavam originalmente na catedral de Santiago de Compostela.

“Essa recuperação é o começo de uma investigação sobre as posses da família de Franco˜, disse Emilio Silva, líder da Associação de Recuperação da Memória Histórica.

O prefeito da cidade onde fica o castelo afirmou que pretende converter o espaço em um museu dedicado à escritora Emilia Pardo-Bazan.

Mortos na Guerra Civil Espanhola e na ditadura franquista

Mais de 500 mil pessoas morreram nos anos da guerra civil (de 1936 a 1939), e cerca de 150 mil foram assassinadas pela ditadura de Franco nos anos posteriores.

No ano passado, os restos mortais do ditador foram retirados de um mausoléu perto de Madri, onde estavam desde 1975, quando Franco morreu.

Fonte: agências de notícias

agência de notícias anarquistas-ana

outro assobio
escuto os passarinhos
sem dar um pio

Ricardo Silvestrin