
Olhando para trás para 2020, que começou pouco depois da mais recente invasão de Rojava pelo Estado fascista Turco e da sua subsequente ocupação das regiões de Serekanîyê e Girê spî, a única coisa que se pode reportar é um número incessável de agressões por parte deste mesmo Estado ao movimento de libertação curda, dentro e fora das suas fronteiras e das regiões por si ocupadas.
Vimos ao longo do ano um escalar brutal de violência e crimes contra a humanidade nas áreas ocupadas. Assistimos em horror à bandeira do infame Estado Islâmico erguer-se mais uma vez nestas regiões onde o Estado Turco promove o jihadismo e o genocídio.
Ao longo do verão, assistimos a uma nova invasão e fortes ataques ao coração do movimento nas montanhas livres de Heftanînê, no Curdistão do Sul (norte do Iraque), assim como continuamos a assistir à brutal guerra genocida nas recentes áreas ocupadas em Rojava pelo Estado Turco e os seus mercenários jihadistas. Também foram perpetuados ataques indiscriminados que tinham como alvo a população civil e com o objetivo de semear o medo entre estas, quer no Curdistão do Norte (sudeste da Turquia), quer em Rojava.
No entanto, foi-nos este ano provado mais uma vez o enorme espírito de resistência do povo Curdo e de todos os povos que se confrontam com o Estado fascista Turco. A operação levada a cabo pelo Estado Turco nas montanhas de Heftanînê foi um enorme fracasso e um importante momento de resistência por parte do movimento de libertação curdo, em que as guerrilhas das mulheres mais uma vez mostram que são a linha da frente desta resistência e a força que encaminha este movimento a seguir em frente.
Os ataques nas regiões de Ain Issa, de Shehba, Afrin, Shengal ou tantas outras regiões do Curdistão provaram-se fúteis contra a resistência heroica e o sacrifício de tantos mártires, que são e serão eternos e nunca quebrarão perante estas agressões.
Quando olhamos de 2020 para 2021, temos razões para recear que este padrão de agressões e promoção do jihadismo e genocídio contra o povo curdo apenas continue.
Nas últimas semanas, o governo de Ancara reuniu-se com as autoridades do governo autónomo do Curdistão Iraquiano, e debateram uma invasão à região de Shengal, a região autónoma do povo Yazidi que em 2014 sofreu um enorme genocídio às mãos do Estado Islâmico. Para além da ameaça de uma invasão a esta região no Norte do Iraque, a região de Derîk no Nordeste da Síria (na zona fronteiriça entre Turquia, Síria e Iraque) também está sob ameaça.
Estas novas ameaças do ditador Erdogan, não são ameaças vazias. Neste momento e nos últimos dias, assistiu-se a uma crescente movimentação de tropas do outro lado da fronteira e a atividade de drones e dos serviços secretos Turcos também está a aumentar. Por isto tudo é certo de que uma nova invasão quer a Derîk ou a Shengal será iminente.
Apesar disto tudo, preparações também estão a ser feitas do nosso lado das barricadas. Toda a sociedade está-se a preparar para mais um momento histórico de resistência às forças fascistas Turcas. E a moral está elevado.
Agora mais do que nunca é necessário compreender que o problema do estado Turco e a luta do povo Curdo não são coisas regionais e que nada nos dizem respeito. O problema do fascismo Turco é um problema internacional, pois todos os estados da modernidade capitalista estão envolvidos e são cúmplices das suas ações contra os povos livres do Médio Oriente. E a luta curda não é apenas uma Luta por um Curdistão livre, mas uma Luta por um mundo livre. Não é mais uma questão de apenas libertar os curdos, mas de libertar a Humanidade.
Por isto tudo, como Plataforma de Solidariedade com os Povos do Curdistão, como grupo Internacionalista e feminista, apelamos a todos e todas que não fiquemos mais uma vez simplesmente a assistir a mais uma operação genocida por parte de um aliado de Portugal. Apesar dos tempos bastante complicados que vivemos devido à pandemia do covid-19, a máquina estatal do capitalismo não para, as guerras não pararam, os femicídios não pararam, a destruição ambiental não parou, o genocídio não parou.
Apelamos, portanto, a todos os indivíduos e coletivos que mostrem a sua solidariedade para com os povos que enfrentam todos os dias o Estado Turco e por isso se encontram na linha da frente pela Liberdade da humanidade.
Como Plataforma de Solidariedade com os Povos do Curdistão apoiamos a luta dos povos da região e sentimo-nos profundamente inspirados e inspiradas pela alternativa construída nos territórios do Curdistão, e por isso, juntamente com os povos do Curdistão a nossa resistência será eterna.
Juntxs esmagaremos o fascismo Turco!
Jîn, Jiyan, Azadî!
Serkeftin!
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agência de notícias anarquistas-ana
Libélula voando
pára um instante e lança
sua sombra no chão
H. Masuda Goga
Perfeito....
Anônimo, não só isso. Acredito que serve também para aqueles que usam os movimentos sociais no ES para capturar almas…
Esse texto é uma paulada nos ongueiros de plantão!
não...
Força aos compas da UAF! Com certeza vou apoiar. e convido aos demais compa tbm a fortalecer!