Hoje, 17 de fevereiro de 2021, nos reunimos em solidariedade e resistência com as comunidades de migrantes que transitam e habitam estes territórios. Declarar com ternura e firmeza que todos são bem-vindos.
Que diante da onda de violência na mídia, nas ações do Estado através de seus agentes militares e policiais nas fronteiras e dentro delas, e diante de um sistema complexo de opressão baseado no racismo, no patriarcado e no capitalismo: nossa resposta em palavras e ações será sempre a solidariedade, o cuidado comunitário e o afeto, a antiga e alegre resistência que ultrapassa todas as fronteiras, que vive e resiste apesar dos Estados e de seus mecanismos de morte.
Rejeitamos o sistema que impõe essas fronteiras estatais, que os documentos legais, que a propriedade privada e o dinheiro estão acima do gozo de uma vida plena para as pessoas, comunidades e ecossistemas. Portanto, rejeitamos a lei de imigração racista e violenta em processo, que visa tornar ainda mais precária a vida daqueles que se encontram à margem da legalidade da fronteira estatal. Também rejeitamos as deportações maciças que o Estado chileno vem realizando há anos, sequestrando e violando centenas de pessoas para punir o livre trânsito e o deslocamento dos pobres de nosso continente.
Finalmente, somos chamados aqui pela antiga luta contra o sistema colonial, contra a violência e o abuso permanente de nossas comunidades morenas, indígenas e mestiças. O mesmo sistema que nos castigou por sermos, existir e resistir em qualquer de suas margens: ilegais, pobres, dissidentes sexuais, índios afrodescendentes e “champurrias”.
São os mesmos que sempre exercendo a mesma violência, assassina e devoradora dos ricos, dos latifundiários e dos machos, que atacam as comunidades em wallmapu, em todos os crimes de ódio contra a dissidência sexual, em todos os atos de racismo e xenofobia, a mesma violência que nos tirou a lamien Emilia/Bau, corpo em resistência, guerreira contra este sistema de opressão e lutadora pela vida e pela defesa das florestas e das águas.
Vamos derrubar aqueles mesmos de sempre com nossa resistência, multicoloridos e exuberantes de vira-latas, misturados e manchados. A resistência que nossos ancestrais nos ensinaram: tecer, cultivar, dançar e mover-se com o vento, sem limites e sem medo.
Que todas as estátuas dos genocidas caiam e que todos os povos se levantem, para desarmar, desmilitarizar e coletivizar toda a vida!
Os pobres não têm pátria
Nenhuma pessoa é ilegal
Abortamos todas as fronteiras
Neste mundo, todos nós cabemos, exceto os fascistas!
A camarada lanmgen Emilia está presente!
Assembleia Anarquista Autoconvocada de Valparaiso
Tradução > Liberto
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Nas folhas verdes, nas folhas novas,
Brilha o sol!
Bashô
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!