[Espanha] Começa a tour de apresentações de “Capitalismo Patológico”

Finalmente é hora de apresentar nossa primeira publicação, o livro Capitalismo patológico, o primeiro editado pela Kaxilda Editorial. A apresentação será com seu autor, Corsino Vela, e será uma etapa da turnê que começa em 8 de abril em Barcelona e em 10 de abril em Granollers. No dia 14 de abril estaremos em Zapateneo, em Kaxilda no dia 15, iremos a Bilbao no dia 16 e terminaremos em Santander no sábado 17 de abril.

Os espaços que abrigam as apresentações fazem parte desta pequena grande comuna que sustenta o pensamento crítico, pequenas e grandes fortalezas para resistir ao impasse que reina desde que a Pandemia entrou para pulverizar as formas de resposta social ao descalabro do Estado.

Um Estado que não é sequer capaz de manter suas miseráveis falsas promessas, que se agarra a suas forças de ordem para ordenar o que bagunça todos os dias, que prepara o terreno para demissões maciças e se submete ao desejo de ser mercadoria de vacinas, ao poder do costume, dos bancos e dos produtos farmacêuticos. Seu fracasso absoluto é seu máximo espetáculo diário. Enquanto isso, o capital tece suas regras e dispõe dos governos para reestruturar sua enésima queda implosiva. Nada de novo na frente global.

A linha de frente, o antagonismo que chamamos para discutir com esta turnê, tem que tomar novamente a palavra. Investigar nossa crise e reorganizar o conflito fora das redes de poder, tanto quanto possível a partir desta esquerda do capital, encurralada nas instituições e nos parlamentos.

Com as palavras de Corsino Vela, abrimos o debate que nosso livro vem reivindicar… esperemos que sejam muitos de vocês. Capitalismo Patológico não é “apenas” um livro, é uma enésima, final, chamada para invadir a agora…

“Colocar a pandemia no contexto significa dotá-la de uma dimensão política e significado de classe; primeiro, porque a doença é instrumentalizada politicamente pela classe dominante para o controle social de massa e para dar cobertura e legitimidade a uma reestruturação produtiva por ela comandada; segundo, porque a pandemia não afeta a população proletarizada da mesma forma que afeta as facções dirigentes que se beneficiam da atividade econômica; não afeta os bairros ricos ou pobres ou países da mesma forma. É uma questão eminentemente política, além disso, porque sua gestão foi predeterminada pela política de gastos públicos em saúde nos últimos anos e continua a ser predeterminada pela necessidade de conter o déficit.

Por esta mesma razão, e na eventual recomposição do espaço de intervenção antagônica ao qual a reestruturação pode dar origem, é necessário contemplar, em primeiro lugar, o papel que a inteligência social do know-how demonstrado durante a pandemia por esta abnegada e generosa subjetividade e sua projeção prática, tanto na saúde quanto na subsistência, pode desempenhar. A ruptura com o impasse cultural da esquerda do capital dominante só será possível através da elaboração teórica necessária dessa consciência comunitária posta em prática em situações de emergência e que no estado de normalidade é sistematicamente pervertida pelas relações sociais da produção capitalista. Trazer à luz o potencial transformador desta consciência comunitária prática da força de trabalho, na esfera do trabalho socialmente necessário, é fundamental para que ela não se dissolva em sua recuperação pelo capital com o restabelecimento da normalidade.

A surpresa e o medo não explicam por si só a passividade social para responder à pandemia em uma base que não implicasse a cessão de soberania e autonomia, como se tornou evidente. Esta incapacidade tem a ver com a desativação social do pacto social, mas também com o desgaste das formas de contestação do ciclo de reestruturação das últimas décadas do século XX e sua deriva para a expressão simbólica, ritual e midiática que, no final, nada mais é do que uma exposição de impotência. E, claro, também tem a ver com o esvaziamento progressivo dos laços comunitários na sociedade capitalista avançada, com a privação dos recursos materiais necessários para a autoproteção física e psicológica que estão nas mãos das instituições do Estado.

A falência cultural da esquerda do capital vem de trás; foi engendrada nos últimos anos dentro do ciclo de reestruturação do capitalismo globalizado em crise que a pandemia só fez aparecer de forma palpável ao pôr em questão o aparato conceitual e discursivo remanescente de outra época. Consequentemente, o reconhecimento da paralisia política, cultural e intelectual da esquerda é a condição prévia para superá-la e não se limitar a tematiza-la como material sociológico para alimentar o espetáculo midiático. E também é necessário fazê-lo (auto)criticamente no sentido de colocar sobre a mesa, junto com os fatores que intensificam o processo de proletarização, os fatores não menos objetivos que propiciam a tendência à fragmentação social baseada em interesses corporativos (fixos/precários; discriminação salarial entre homens/mulheres), identidade (nacional ou agregações de gênero e transgêneros), interesses societários ou de grupo (marcas comerciais e emblemas esportivos), ideológicos (religiões e crenças).

No final, a experiência dos limites da sociedade do capital é também a experiência dos limites de suas formas de contestação. Enquanto estas formas de contestação se dobrarem na lógica dominante, sem forçá-la, como demonstram as exigências de natureza sindical, orientadas para a preservação do status da população assalariada e proletarizada, em geral, no âmbito da economia do capital e de suas medidas corretivas, o destino da população proletarizada estará ligado ao do capital, ou seja, seguirá em seu rastro, embora agora, ao contrário da fase expansiva do segundo mundo do pós-guerra, em uma dinâmica de colapso”.

Fonte: https://www.briega.org/es/noticias/comienza-gira-presentaciones-capitalismo-patologico

Tradução > Liberto

agência de notícias anarquistas-ana

A flor do ipê-roxo
cai deixando saudades.
Ah, a moça da tarde…

Anibal Beça