O anarquismo emergiu do movimento socialista como uma política distinta no século XIX. Afirmou que é necessário e possível derrubar as relações sociais coercitivas e exploradoras, e substituí-las por formas sociais igualitárias, autogestionárias e cooperativas. O anarquismo deu assim uma nova profundidade à longa luta pela liberdade.
A principal preocupação dos anarquistas clássicos era a oposição ao Estado e ao capitalismo. Isso foi complementado por uma política de associação voluntária, apoio mútuo e descentralização. Desde a virada do século XX e especialmente na década de 1960, a crítica anarquista se ampliou em uma condenação mais generalizada da dominação e da hierarquia. Isso tornou possível entender e desafiar uma variedade de relações sociais – como o patriarcado, o racismo, e a devastação da natureza, para mencionar alguns – ao mesmo tempo em que confronta hierarquias políticas e econômicas. Diante disso, o ideal de uma sociedade livre se expandiu para incluir libertação sexual, diversidade cultural e harmonia ecológica, assim como instituições de democracia direta.
A grande recusa do anarquismo a todas as formas de dominação o torna historicamente flexível, politicamente abrangente, e consistentemente crítico – como evidenciado por seu ressurgimento no movimento anticapitalista global atual. Ainda assim, o anarquismo ainda não adquiriu o rigor e a complexidade necessários para compreender e transformar o presente.
O Instituto para Estudos Anarquistas (IAS, na sigla em inglês) foi criado em 1996 para apoiar o desenvolvimento do anarquismo. Começou como uma organização de doação para escritores e tradutores radicais de todo o mundo. Até o momento, o IAS financiou centenas de projetos de autores de países ao redor do mundo. Em 1997 começamos a publicar Perspectives on Anarchist Theory (Perspectivas sobre a Teoria Anarquista) como um boletim informativo organizacional. Depois Perspectives (Perspectivas) se fundiu com The New Formulation: An Antiauthoritarian Review of Books (A Nova Formulação: Uma Revisão Antiautoritária dos Livros) e em 2009 um novo coletivo assumiu sua publicação dando sua forma atual.
Em 2010 o IAS começou a publicar a série de livros Anarchist Interventions (Intervenções Anarquistas) em colaboração com a AK Press e Justseeds Artists’ Cooperative. Na época do movimento Occupy nós publicamos a série de panfletos Lexicon, uma série de cinco panfletos, 30.000 dos quais nós distribuímos gratuitamente pelos vários acampamentos do Occupy e de movimentos sociais.
Com nossa publicação de Octavia’s Brood: Science Fiction Stories from Social Justice Movements, co-editado por Walidah Imarisha e Adrienne Maree Brown em 2015, começamos uma nova série de publicações com a AK Press que também produziu Angels with Dirty Faces: Three Stories of Crime, Prison, and Redemption de Walidah Imarisha – que venceu o Oregon Book Award – e o Guerillas of Desire: Notes on Everyday Resistance and Organizing to Make a Revolution Possible de Kevin Van Meter, com ainda mais por vir.
Em nossos vinte e cinco anos o IAS tem consistentemente organizado eventos educacionais, tais como a série de conferências Renewing the Anarchist Tradition (Renovando a Tradição Anarquista) realizada na Nova Inglaterra, eventos para palestrantes em Portland, Oregon e participação em conferências radicais pela América do Norte, e também mantemos uma banca de palestrantes.
O IAS é parte de um movimento maior para transformar radicalmente a sociedade. Somos internamente democráticos e trabalhamos em solidariedade com pessoas de todo o mundo que compartilham nossos valores.
Neste 25º ano, renovaremos nosso projeto de doação, expandindo o que financiamos para incluir as expressões em vídeo e áudio, além da palavra escrita. O prazo de inscrição para as bolsas do IAS de 2021 já passou, mas estamos ansiosos para revisar as muitas solicitações que recebemos e anunciar os beneficiários das doações nesta primavera.
Você pode nos escrever em: IAS, PO Box 90454, Portland, OR 97290
Ou nos enviar um email em: info@anarchiststudies.org
Tradução > Brulego
Conteúdos relacionados:
agência de notícias anarquistas-ana
dos ramos altos no rio
caem suavemente
farrapos do sol poente
Rogério Martins
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!