Live | Edgard Leuenroth: um anarquista da publicação e da memória

Episódio 2: Edgard Leuenroth: um anarquista da publicação e da memória

Domingo, dia 2 de maio, às 16h, vamos conversar sobre Edgard Leuenroth e a sua atuação como anarquista, publicador e arquivista. Christina Lopretato e Lúcia Parra são nossas convidadas, a mediação é de Aline Ludmila.

A história da imprensa operária do século XX e a história da tipografia em São Paulo têm Edgard Leuenroth como uma pessoa expressiva e presente. Ele é o tema do segundo episódio do projeto Já existiam publicações antes do mercado. Edgard nasceu em 1881 e a sua militância sempre foi atravessada pela publicação e pela memória do próprio movimento anarquista. Ele atuou como jornalista, editor, tipógrafo, escritor e arquivista.

O nome de Edgard é sempre lembrado quando o assunto é a Greve Geral de 1917. O jornal que criou – A Plebe – no seu primeiro ano de existência foi um dos mais importantes instrumentos da Greve Geral que paralisou a cidade de São Paulo. A edição de 21 de julho de 1917 é particularmente especial, ela traz a memória da greve com uma escrita contundente e o uso da fotografia para dizer: aconteceu, assim foi a greve geral. Edgard conhecia São Paulo como ninguém, sabia onde estava cada Liga Operária e cada fábrica. Sua escrita mesclava o vivido com sua vasta leitura do ideário anarquista.

Edgard esteve em várias fases do movimento anarquista, contribuiu para o processo de criação do Centro de Cultura Social, e até o final de sua vida escreveu e publicou. Seu arquivo que ficava no porão de sua casa era um lugar de recepção de publicações, opúsculos e livros; Edgard era o guardião, o arquivista de um processo coletivo, jamais um protagonista individual. O arquivo após sua morte foi vendido pela família para a Unicamp e muitas das pesquisas sobre o anarquismo existentes naquela universidade acontecem porque houve um porão e um método de arquivar anarquista. A coleção Edgard Leuenroth, que é o embrião do AEL (Arquivo Edgard Leuenroth), tem livros da Maria Lacerda de Moura, os periódicos Nuestra Tribuna e Nosso Jornal – publicações que são fontes da pesquisa da Tenda de Livros há muitos anos.

O legado de Edgard Leuenroth se entrelaça à história social e política brasileira. Ele escrevia com a mesma paixão pela qual editava e compunha em tipografia ou em sua máquina de escrever, fazendo-nos pensar sobre a importância dessas atividades para a cultura visual e sobre o que significa produzir um impresso. Edgard nos provoca a refletir: já existiam publicações antes do mercado e existem publicações que vão muito além do mercado e são essas que nos interessam.

Venha conhecer mais sobre esse anarquista e a sua importância como publicador.

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Episódio 2.:  Edgard Leuenroth: um anarquista da publicação e da memória

Dia 02.05, às 16h

Apresentação: Aline Ludmila

Debatedores: Christina Lopreato e Lucia Parra.

Roteiro: Aline Ludmila e Fernanda Grigolin

Arte e streaming: Caio César Paraguassu

Edição de Vídeos: Fernanda Grigolin

Chat ao vivo: Daniela Origuella.

Fontes consultadas: Arquivo 17, Aquela Mulher, Jornal de Borda e Ael/IFCH – Unicamp

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