A origem anarquista do Dia do Trabalhador e da Trabalhadora

Poucas pessoas sabem, mas o Dia do Trabalhador e da Trabalhadora é uma data de origem anarquista. Sua história possui três anos importantes: 1868, 1886 e 1889. Aqui iremos rapidamente explicar como eles se relacionam e criam essa data.

Em 1868, Mikhail Bakunin e outros revolucionários fundam a Aliança da Democracia Socialista, a primeira organização anarquista. Sua estratégia era fortalecer as organizações sindicais de trabalhadoras e trabalhadores para lutarem contra a exploração dos patrões – estão lançadas as bases para o que será chamado de Sindicalismo Revolucionário.

Em 1886, trabalhadores inspirados pelas ideias do anarquismo e do sindicalismo revolucionário, convocam uma grande GREVE GERAL em várias cidades dos Estados Unidos. Eles pediam a redução de jornada de trabalho para 8 horas diárias, e a data escolhida foi Primeiro de Maio. Na cidade de Chicago, o ato aconteceu sem grandes episódios de violência, mas as manifestações seguiram nos dias seguintes, sendo violentamente reprimidas pela polícia: mais de 100 pessoas perderam a vida. Oito trabalhadores anarquistas foram presos, acusados de liderarem as mobilizações – cinco deles foram condenados à morte.

Em 1889, por conta do episódio de Chicago, a Internacional Socialista passa a adotar o Primeiro de Maio como Dia Internacional da Classe Trabalhadora. Desde então, essa data é marcada por greves e manifestações do mundo todo, contra os governos e os patrões.

Não podemos permitir que suas origens sejam apagadas, transformadas em um simples feriado ou dia de festa. Sua história é socialista e anarquista, e é de luta contra o sistema capitalista!

Dica de leitura:

OASL: “O Anarquismo, o Massacre de Haymarket e os Mártires de Chicago”, 2013 – http://anarkismo.net/article/25449

Na imagem:

Na primeira linha, fotos de Albert Parsons (tipógrafo), Louis Lingg (carpinteiro), Adolph Fischer (tipógrafo), August Spies (tipógrafo) e George Engel (tipógrafo), os Mártires de Chicago, condenados à morte por enforcamento (Lingg se suicidou um dia antes da execução).
Na segunda linha, Michael Schwab (encadernador), Oscar Neebe (funileiro) e Samuel Fielden (operário têxtil), que ficaram presos, mas foram libertados em 1893, com o reconhecimento do Estado que eram inocentes.

anarquismosp.wordpress.com

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As flores na árvore
Esperam de branco
O fruto

Eugénia Tabosa