[Espanha] Ruesta viveu uma nova escola de verão

De 2 a 4 de julho, a Escola de Verão de Ruesta foi realizada, como nos últimos 10 anos, exceto no ano passado devido à pandemia. Neste ano, a temática sobre a qual a escola girou foi a repressão franquista.

Para falar sobre a repressão que a população espanhola sofreu durante a guerra e a ditadura, como também durante a transição, contamos com grandes especialistas na matéria.

No primeiro dia abrimos a escola com a recordação de quem sofreu nos campos de concentração e extermínio nazistas com a permissividade do regime franquista. Para falarmos do projeto de recuperação da memória das pessoas deportadas para campos nazistas, tivemos o companheiro da CGT Erretería, Floren Mariñelarena, que também participa no Coletivo “A Ilusão” organizando os atos de homenagem às deportadas em Gipuzkoa.

Ao longo da tarde do dia 2 conhecemos o trabalho de recuperação da memória da ARMHA, associação de Aragão, através de seu presidente Enrique Gómez, que aproveitou para destacar a quantidade de pessoas libertárias que sofreram a repressão franquista. E também explicou a implicação na luta da militância anarcossindicalista contra o fascismo e o franquismo. Na seguinte oficina, Cecílio Gordillo, coordenador do Grupo de Trabalho Recuperando a Memória da História Social de Andaluzia da CGT Andaluzia (RMHSA), explicou o sistema de trabalhos forçados ao que se submeteu aos presos do franquismo para benefício dos que apoiaram ao golpe de estado de 1936 e para o próprio regime franquista.

No dia 3 pela manhã, tratamos da repressão de forma específica às mulheres, com explicações a cargo de Laura Vicente, historiadora, Paz Romero, membra da Comuna de ex-presos e ex-presas do franquismo, e Justa Montero, militante feminista. Laura se dedicou a explicar a situação em que a mulher libertária ficou, e Paz falou da repressão de forma generalizada às mulheres durante o franquismo. Justa relatou as situações que as mulheres que militavam em partidos e sindicatos (de forma clandestina) sofreram, como foi dura a luta pelo aborto, etc.

Na tarde vivemos com emoção a homenagem ao companheiro Chato Galante, falecido no ano passado por Covid. Contamos com a presença de sua companheira Justa, que recordou o quanto se sentiram bem, ela e Chato, na escola de Ruesta do ano de 2016.

Para fechar as atividades, tivemos a presença dos companheiros de Ecologistas em Ação, Rafa Díaz-Salgado e Arturo Martínez, que nos expuseram a possibilidade de reduzir nosso número de horas de trabalho para poder aproveitar mais nossa vida.

Como encerramento da escola, Carmina Pérez Soriano representou “Os rostos do silêncio”, uma obra em que faz um percurso por sua família, descobrindo como a tentativa de ocultar o que aconteceu durante o franquismo acabou deixando muitos traumas, etc. Depois da representação, em um entorno incomparável, com as ruínas do povoado como palco, se realizou um debate e intercâmbio de opiniões entre a atriz e as pessoas que participaram da escola.

No domingo, visitamos o povoado da mão de Diego Ruiz, Coordenador de Ruesta, explicando o projeto que está iniciando de reabilitação de casas. Depois de uma breve assembleia, onde todas as pessoas participantes refletiram sobre a satisfação do que foi vivido em Ruesta, voltamos aos nossos territórios.

Durante estes dias, Carlos Azagra e Encarna Revuelta trabalharam na realização de um mural de recordação da Escola.

Também estreamos os painéis explicativos sobre Ramón Acín (nome que recebeu a casa de cultura de Ruesta) e Cecilio nos deu uma exposição de imagens sobre os trabalhos forçados.

Agradecemos às pessoas hoteleiras, que nos atenderam com muita simpatia e nos facilitando a permanência em Ruesta.

Só nos resta convidar a todos e todas para participar da escola de Ruesta do ano de 2022.

Fonte: http://rojoynegro.info/articulo/memoria/ruesta-vivi%C3%B3-una-nueva-escuela-verano

Tradução > Caninana

agência de notícias anarquistas-ana

Sempre perseguido
o grilo fica tranqüilo
cantando escondido.

Luiz Bacellar