Neste ano, a Feira do Livro Anarquista de Nova York será realizada tanto presencialmente como virtualmente. Encontrem-nos pessoalmente no sábado, 2 de outubro, em um jardim comunitário, para uma incrível exibição de materiais culturais anarquistas e festividades, de filmes, livros e zines até arte, performances e bicicletas.
Juntem-se a nós on-line no dia seguinte, domingo, 3 de outubro, para workshops, apresentações e painéis de discussão com escritores anarquistas, ativistas e artistas. A feira virtual do livro é organizada pela Kuñangue Aty Guasu – Grande Assembleia das Mulheres Kaiowá e Guarani (www.kunangue.com), com tradução em inglês, espanhol e português, e apoio do Laboratório de Antropologia Multimídia da University College London (UCL MAL) (www.uclmal.com).
O mote principal dessa edição será “dinheiro zero = viva no apoio mútuo”.
Em 2021, a Feira do Livro Anarquista de Nova York está celebrando, especialmente, a vida dos anarquistas na prisão e na luta. Nossos painéis virtuais, workshops e apresentações são construídos em torno do conceito de “dinheiro zero = viva no apoio mútuo”.
Como funciona o dinheiro em uma perspectiva macroeconômica, e o que podemos fazer para destruí-lo? Como podemos imaginar um sistema monetário diferente quando o dinheiro é, quase sempre, uma ferramenta de coerção, competição e poder? Devemos destruir completamente as concepções de valor, quantificação ou dinheiro? Como podemos cultivar oportunidades para as comunidades experimentarem diferentes tipos de modos de cooperação econômica não hierárquicos, horizontais e descentralizados?
Como seria uma estrutura econômica anarquista e uma economia igualitária? Quais papéis o apoio mútuo, benefícios mútuos e medidas de bem-estar social desempenham em tal economia?
Sociedades igualitárias em todo o mundo se recusam a prestar contas de créditos, débitos, impostos ou quem deu e pegou o que e quando. Tal renúncia tem servido para impedir a comparação entre poderes e a redução das relações humanas a aspectos desumanos. Diferentes necessidades e desejos conduzem nossa espécie de maneiras diferentes e contraditórias. Segundo David Graeber: “No entanto, os humanos podem escolher para si quais propensões nos guiam em qual direção e, portanto, quais vontades humanas se tornarão a base da nossa humanidade e civilização”.
Chamada para painéis, workshops, apresentações
Nós convidamos vocês a propor painéis, workshops, apresentações, obras de arte e filmes que visem a um futuro de “dinheiro zero = viva no apoio mútuo”. Estamos abertos, principalmente, para receber propostas construídas em torno dos seguintes assuntos:
Redes comunais de atenção: alternativas ao policiamento; respostas comunitárias organizadas a indivíduos e grupos em crise; defesa organizada de pessoas trans, mulheres, pessoas racializadas, pessoas com deficiência e neurologicamente divergentes; atendimento às necessidades versus atos punitivistas; justiça restaurativa; trabalho antiviolência; necessidades das crianças; construção de moradia colaborativa.
Futuros decolonizados: movimentos indígenas e solidariedade nas Américas do Norte, Central, do Sul e além; abolição da polícia e das prisões; devolução de terras; escolas gratuitas; programa para a libertação indígena marrom e negra queer; movimento dos protetores da água (Water Protectors); trabalho dos movimentos contra as fronteiras (Free Borders).
Libertação negra: demolição de instituições racistas; histórias e atualidades do movimento; abolição do trabalho; justiça habitacional; educação e corpos negros; racismo nos movimentos de esquerda; mulheres negras, queer e empoderamento trans.
Medicina e cura antifarmacapitalista: auto-organização da assistência médica gratuita; abordagens decolonizadas para a medicina e cura; raízes do trauma na opressão sistêmica; ervas e fitoterapia; energia e trabalho corporal; trabalho sexual; alternativas farmacêuticas; médicos de rua; medicina comunitária; práticas e estratégias de primeiros socorros de protestos.
Autonomia alimentar: projetos existentes para o cultivo e partilha de alimentos; planos e práticas de apropriação de espaços para cultivo de alimentos; redistribuição de alimentos armazenados/lixo/privatizados; forrageamento e comunhão.
Economias de dinheiro zero: incluindo redes de apoio mútuo; sistemas de troca de crédito mútuo; coletivos autogeridos pelos trabalhadores; comunhão urbana fora da rede.
Organização da resistência: Vidas Negras Importam (BLM); greves gerais; greve de aluguéis; Massa Crítica; movimento de solidariedade dos trabalhadores (Worker Solidarity); movimento dos protetores da água (Water Protectors) e lutas contra a construção de oleodutos; direitos dos imigrantes e trabalho dos movimentos contra as fronteiras (Free Borders); IWW; antifa; abolição da polícia; abolição das prisões; movimento de prevenção à AIDS (ACT-UP); libertação queer/trans; justiça climática; movimento de defesa ambiental (Earth First); Zona Autônoma de Capitol Hill (CHAZ) e outras zonas autônomas.
Mídia anticapitalista: coletivos de mídia anarquista; plataformas e tecnologias de código aberto; hacktivismo; redes de internet alternativas; segurança digital.
Estamos nos perguntando: O que você acha que devemos abordar, ou é o que relevante para agora?
Nosso site já começou a receber materiais de vocês, livreiros, escritores, poetas, propostas de oficinas, performances de arte, filmes, música, mídia etc.
Todos os prazos de inscrição (workshops, cuidado, filme, arte, cadastro de vendedores) irão até o dia 15 de setembro.
Em solidariedade.
Mais infos: https://anarchistbookfair.net/
Tradução > Akemi
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a tarde e a montanha.
Já não lembro mais.
Jorge Luis Borges
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!