Companheiros, como Assembleia Libertária de Santiago lhes estendemos este convite e solicitamos difusão para uma jornada de protesto com data de sexta-feira, 3 de setembro, às 18h30, em Cerro Huelén, contra o terrorismo de Estado e o desaparecimento forçado:
O jovem Mapuche de 16 anos, José Huenante, desapareceu de maneira forçada pelos Carabineiros [polícia] em 3 de setembro de 2005 em Puerto Montt, sua cidade de origem. Além de resgatar sua figura e memória junto com os demais jovens vítimas do Estado, o jovem mapuche nos recorda mediante sua história o carácter assassino da democracia, junto com a cumplicidade característica das forças da ordem que até o dia de hoje não dão o paradeiro de seu corpo nem tampouco entrega certezas dos culpados, não podendo comprovar-se o homicídio por parte dos carabineiros nem terceiros. O que sim é certo, é que José Huenante esteve em custódia dos vassalos do Estado, sendo estes últimos os culpados de sua morte.
José Huenante passou despercebido na realidade chilena, pouco se comenta sobre seu desaparecimento e, portanto é nula a difusão dos meios hegemônicos que nunca duvidaram de seu servilismo ao status quo. Nunca houve pronunciamento nem tampouco intervenções em prol da justiça pelo desaparecimento de Huenante de parte dos partidos políticos institucionais. Só nos resta afirmar, que a justiça virá única e exclusivamente desde a classe oprimida em luta, pois não podemos esperar nada do Estado e do capital.
Muito se discute sobre democracia e ditadura, enfatizando constantemente nas vantagens e diferenças entre uma e outra, em um palavreado sem fim na conquista pelo poder. No entanto, as comunidades em luta contra o Estado e o capital não se deterão em evidenciar e atacar o caráter assassino e coercitivo tanto da democracia como da ditadura, onde o capital sempre terá o controle sobre nossas vidas e não nos permitirá desenvolvermos em concordância com uma ética comunitária, antiautoritária em harmonia com nosso entorno.
Não temos dúvidas de que o Estado é inerentemente um assassino e inimigo da realidade que queremos construir. Este tem a função de assegurar a manutenção e perpetuidade do domínio do capital, recorrendo a medidas repressivas e disciplinares para isso, independentemente dos governantes de turno. É por isto que não devemos ceder nenhum espaço de memória, e juntos seguir fortalecendo as instâncias onde a solidariedade combativa possa fazer uma mudança na miséria da realidade do território vigiado pelo Estado do Chile.
Dado que há que enfrentar estas problemáticas e visibilizar o terrorismo de Estado (tanto na democracia como na ditadura) nos dispomos a instalar esta data como uma jornada de agitação. É por isso que nos parece imprescindível nos juntarmos para homenagear Huenante e todas as vítimas da detenção forçada, assim como também nos solidarizar com aqueles encarcerados e vigiados por sua luta contra a ordem atual. Estendemos o convite para nos reunirmos em sinal de protesto esta sexta-feira, 3 de setembro, às 18h30, em Cerro Huelén. Parece-nos também importante enfatizar, a importância de acompanharmos como classe em nossa resistência frente à ordem atual, entendendo que o terrorismo de Estado é uma constante ameaça para nós. Enquanto nossas vidas estejam a sua mercê, não nos resta mais que lutar!
Assembleia Libertária Santiago
Tradução > Sol de Abril
agência de notícias anarquistas-ana
Há trafego intenso —
Vendo o ipê amarelo
Meus olhos descansam.
Sonia Regina Rocha Rodrigues
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!