Nossa Pátria é a Humanidade, por isso acreditamos que – como tal – não combina com “e”, nem com “ou”.
Alguém dirá que sonhamos muito, porque nos atrevemos a imaginar Cuba como um arquipélago no mapa de um planeta situado no passado de amanhã. Então, responderemos que até para pensar no futuro, precisamos do mínimo de liberdade, equidade e justiça, e precisamos AGORA.
PARA UMA CARTA MÍNIMA DE LIBERDADES:
1. #PatriaEsHumanidad [Pátria é Humanidade]. Exigimos #LibertadParaTodxs [LiberdadeParaTodxs] que estão na prisão por ser parte da explosão social de 11 de julho, que foi provocada por uma política econômica excludente e falida, #SinJuiciosNiCastigos [SemJulgamentosNemCastigos], com suspensão de todos os casos judiciais. Em suas casas, já!
2. Não podemos ser livres, se ao mesmo tempo não lutamos contra toda exploração econômica, contra toda indignidade social que recai sobre identidades pessoais, incluindo de gênero, de território, de racialidade e contra toda depredação ecológica.
3. Diante da situação em que o povo de Cuba vive, nenhuma força política pode ser legítima – venha em nome da “Revolução” ou da “Democracia” – que não mantenha como mínimas as garantias de:
– serviço de saúde de acesso universal e equitativo para cada pessoa que necessite;
– educação, universal e equitativa, até o nível universitário, com apoios financeiros que assegurem o nível mínimo de vida a estudantes que precisarem;
– garantia universal de que todos os pagamentos trabalhistas e sociais estejam acima do nível mínimo de vida.
Ao qual devemos acrescentar:
– direito a formar sindicatos em cada centro de trabalho, independentes e não verticais, ou seja, que patrões e dirigentes não possam fazer parte deles;
– direito à greve para todas as classes trabalhadoras (com exceções socialmente consensualizadas);
– obrigatoriedade do convênio coletivo de trabalho para todo centro laboral;
– proibição de contratos trabalhistas não-escritos;
– liberdade de expressão, criação, pensamento, auto-organização e ação social solidária, e sempre respeitosa a todos os direitos dxs outrxs.
4. Toda a sociedade cubana tem direito a que suas vozes sejam ouvidas através dos meios públicos, e não só as que representam a oligarquia decisiva e as de quem essa oligarquia decisória seleciona para aparentar “diálogo”.
5. A luta contra a morte, que estamos vivendo, demonstra que podemos nos auto-organizar por cima de brechas ideológicas, e frente a quem nos tem optado por bloquear, saquear e precarizar. Acreditamos que o melhor futuro do povo está nessa auto-organização, também para o trabalho, a aprendizagem e a digna satisfação das necessidades de todxs pelo trabalho de todxs.
6. Todos os totalitarismos devem ser combatidos.
7. Não somos um país pobre, mas empobrecido. Quem trabalha em Cuba hoje, por salários insuficientes, sem acesso sequer a produtos básicos, vendidos em moeda estrangeira pela oligarquia (com privilégios muito acima das maiorias que lutam para sobreviver), saberemos criar um país melhor. Somos um povo que luta. Essa luta e essa criação não devem ser interferidas por oligarquias decisórias estrangeiras, nem nativas.
#AbajoElBloqueo [Abaixo Ao Bloqueio] dos Estados (Unidos ou não) contra o povo de Cuba
Taller Libertario Alfredo López, coletivo membro da Federação Anarquista de Centroamérica e Caribe, Região de Cuba, 24 de setembro de 2021.
Tradução > Caninana
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Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!