A década de 1960 foi marcada pelo signo da contestação ao establishment. Seja nos protestos do Maio de 68 ou no heterogêneo movimento de contracultura, um inconfundível perfume libertário pairava no ar e impelia a juventude a se voltar contra as duas faces da tecnocracia dos tempos de Guerra Fria: o capitalismo made in USA e o “socialismo de Estado” da URSS. Entre as variadas bandeiras levantadas nas passeatas ou nos textos dos jornais independentes, o anarquismo também marcou presença como uma das ideologias que foram ressignificadas naquele fervente caldeirão de rebeldias. Mas… e no Brasil? Houve quem buscasse reacender a chama negra do anarquismo, mesmo sob as trevas da ditadura? E os ventos da contracultura? Sopraram também por aqui?
No livro Páginas Revolucionárias – Anarquismo, contracultura e imprensa alternativa no Brasil, o historiador João Henrique Oliveira investiga como e por quem os conceitos e práticas anarquistas foram reivindicados aqui, nestes nossos “tristes trópicos”, avaliando ainda se foi estabelecido algum tipo de diálogo entre os preceitos do anarquismo e as ideias da contracultura. Para isso, o autor pesquisou jornais publicados entre os anos 60 e 90 – a maioria durante o período áureo da imprensa alternativa, importante trincheira de resistência ao regime verdugo. Também foram analisados depoimentos de personagens que viveram a época e ajudaram a escrever importantes páginas de uma história ainda pouco conhecida. Páginas revolucionárias que ainda trazem uma significativa mensagem libertária para as lutas – de hoje e sempre – contra os autoritarismos de todos os matizes.
Páginas Revolucionárias – Anarquismo, contracultura e imprensa alternativa no Brasil
João Henrique Oliveira
Rizoma Editorial
258 p.
R$ 30
Informações e vendas: jhcastro2015@gmail.com
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https://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2021/10/18/o-inimigo-do-rei/
agência de notícias anarquistas-ana
No verde da praça
a rã salta, salta, salta
e assusta quem passa.
Nilton Manoel
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!