“De uma forma muito autocrítica, as ações de solidariedade que são tomadas geralmente são reativas. Não há ações que sejam bastante ofensivas… Todos sabemos onde estão os caras, eles andam passeando com seus uniformes, e o fazem com total impunidade. E sabemos que eles estão assediando os irmãos e irmãs, estão os fazendo sentir-se mal, estão os humilhando…“. – Mauricio Morales
Um ano após nossa primeira ação, como o grupo que somos, e após muito estudo, tensões, propostas e reflexões, estamos de volta, continuamos com o trabalho do grupo. Voltamos, continuamos com a campanha que começamos há algum tempo.
Dirigimo-nos na madrugada do dia 27 de dezembro de 2021, alguns minutos antes de o relógio atingir as 3:00 da madrugada (A hora e o dia são sempre propostos, para que o ataque em sua totalidade atinja nossos alvos – inimigos) para a direção nacional da Gendarmaria do Chile. Localizado na Calle Rosas, no centro de Santiago.
Usamos uma carga direcionada, para que a explosão entrasse naquele ninho de torturadores. Desta vez usamos 400 grs. De explosivos industriais, mais ½ kilo de ANFO (adicionamos no interior do dispositivo munições de grande calibre e também de 9mm.) Tudo isso ativado por um sistema mecânico. Não queremos falhar, nem sofrer eventos imprevistos!!!
Se tudo funcionar como planejamos, estas munições carregadas de raiva contra os algozes, cheias de amor e solidariedade para com nossos irmãos e irmãs na prisão, deixarão alguns feridos e porque não algum morto.
Levamos em conta que nossos inimigos estão prontos e preparados para nos repelir, ansiosos para nos capturar. Respondemos: NUNCA MAIS DESARMADOS!!! Usando coletes à prova de balas e armados, somos donos de nosso destino.
Retrocedamos o tempo.
Quando consideramos a necessidade urgente de revidar golpe por golpe, para intensificar nossas ações contra os algozes. Eles não poderiam ser deixados de fora deste seleto grupo de capangas a serviço do Estado. A prisão como instituição sempre foi o bastião onde o Estado-capital procura reduzir a sua mínima expressão aos explorados e os seus inimigos declarados. Aqueles que decidem se rebelar contra a miséria implantada ao nascer conhecem apenas dois destinos: a prisão e a morte, nós sussurramos uma terceira opção, O ATAQUE.
Esta instituição que mancha sua história com sangue, humilhação, tortura, máfias e lucro. Eles serão sempre um alvo claro para qualquer tipo de ataque. Como gritam as paredes, “81 razões para matar um gendarme”.
Nosso ataque procura quebrar seu manto de tranquilidade e impunidade e não vamos descansar…
Lembramos com esta ação os 81 presos mortos no incêndio na prisão de San Miguel, onde a Gendarmeria, apoiada pelo governo de turno, permitiu que 81 presos fossem queimados até a morte. Como uma máquina de carne humana, as paredes daquele lugar continuam a ser erguidas, aprisionando e torturando.
Trazemos à mente neste momento a vida indomável de Kevin Garrido, que morreu dentro de uma prisão em outubro de 2018.
Sr. Álvaro Andrés Millanao Valenzuela, diretor da prisão concessionada, La Gonzalina. Rancagua. Tomamos conhecimento do assédio constante de nossos irmãos e irmãs que estão sendo mantidos como reféns nas masmorras que o senhor, Sr. Millanao, está a cargo.
Seremos claros:
Se os companheiros anarquistas: Joaquin Garcia, Juan Flores, Ignacio e Luis Avaca forem espancados, molestados ou humilhados novamente.
Se algo acontecer com a saúde e a vida de nosso companheiro anarquista Francisco Solar, a quem está sendo constantemente negado o tratamento médico que ele requer. Nossa resposta será imediata e talvez desproporcional.
Assim como com a companheira anarquista Monica Caballero, os prisioneiros subversivos Juan Aliste, Marcelo Villaroel e Pablo Bahamondez. Vamos revidar golpe por golpe, para que o slogan “nenhum companheiro na prisão está sozinho” ganhe vida.
Hoje, mais do que nunca, qualquer gendarme, policial ou oficial militar é um alvo. Estamos de olho em alguns de vocês.
Qualquer morte na prisão é de responsabilidade direta do Estado.
Que as prisões explodam, solidariedade ativa com os prisioneiros. Liberdade para os presos políticos, mapuches, subversivos e anarquistas.
Quando aqueles que torturam nossos irmãos e irmãs na prisão sintam medo de voltar para suas casas. Estaremos no caminho certo.
ABRIMO-NOS, PELA EXPANSÃO DA AÇÃO VIOLENTA E À CONSOLIDAÇÃO DA GUERRILHA URBANA.
“Não estamos em condições de dizer se uma pessoa é ou não membro da brigada. Tudo o que dizemos é que a brigada está em toda parte… Que dez homens e dez mulheres se reúnam, determinados pelo relâmpago da violência e não pela lenta agonia da sobrevivência; a partir desse momento, a desesperança acaba e as táticas começam. A brigada está furiosa!” – Angry Brigade.
Como declaramos há um ano em nosso primeiro comunicado, vemos a necessidade urgente de gerar laços fraternos de colaboração e diálogo que contribuam para o fortalecimento da ação violenta. Entre os vários grupos que decidiram ir para a ofensiva.
Durante todo esse tempo que estivemos questionando, projetando e planejando, enfrentamos alguns obstáculos. Por exemplo, como gerar uma infraestrutura autônoma? E nossa solução/resposta a esta questão é a ilegalidade e a informalidade. Todos os nossos meios são obtidos através de ações ilegais. Portanto, a proposta é mais clara hoje do que era ontem: “expandir a ofensiva” geograficamente, atravessar fronteiras e intensificar os ataques. Claramente não será tão fácil como se lê, pois os custos podem ser (são) muito mais altos.
Vamos superar as barreiras do ego e do que rotulam o “militante excepcional”, queremos ver esta realidade arder. Que seus apoiadores vivam a agonia (por uma vez em suas vidas). Que sintam medo, como os explorados sentem quando perdem o pouco ou nada que conseguiram.
Estendemos o convite a todos aqueles que acreditam na ação, na violência, no ataque. Sem líderes, sem cúpulas ou partidos. Somos anarquistas e vamos atrás dos poderosos.
A partir de hoje dizemos: Qualquer grupo, qualquer indivíduo. Em qualquer território que queira usar a “NEGRA VINGANÇA”, está em seu pleno direito. A ação vingadora não tem propriedade, pelo contrário, queremos que se espalhe como a pior peste negra.
O detalhe da ação e o tipo de artefato que usamos têm um objetivo claro, trazer conhecimento para aqueles que decidem atacar. É necessário agrupar/unir forças e conhecimentos, socializar a infraestrutura e os métodos. Dando um sentido de corpo e assim entrar em novos caminhos e possibilidades da guerrilha urbana. Só assim poderemos responder aos ataques do poder, só assim conseguiremos superar os obstáculos neste caminho da ofensiva contra o poder.
Qualificação e intensidade das ações.
Estamos diante de um momento em que a nula visibilização da ação por parte do Estado e da mídia é evidente. É por isso que devemos ser capazes de fazer ressoar nossos ataques e ações. Deixemos o medo e a insegurança tomar conta daqueles que acreditam ter o controle de nossas vidas.
Nestes tempos em que o protesto “social” é o som uníssono de um presente, aparentemente sem memória. Somos críticos da perda de valores antagônicos e da ética anárquica/revolucionária. NÃO CONSIDERAMOS COMPANHEIROS aqueles que acreditam e validam a via eleitoral como uma alternativa resignada à miséria e ao controle. Abominamos aqueles que constantemente e como método de subsistência levantam a bandeira esmagadora e dolorosa da montagem. Vemos com receios aqueles que optam pelo mal menor, chegando ao ponto de fazer campanha por um candidato que assinou pactos e acordos pela “paz”. Não temos candidatos, nossos caminhos são autônomos contra qualquer forma de poder.
Hoje é necessário que a imaginação transborde para a ação, que a cada passo nos aproximemos cada vez mais de um ponto de não retorno. Os objetivos são múltiplos. É este passo firme que marca a distância entre a ação massiva “social” e a ação ilegal-informal-anarquista.
Irmanamo-nos com aqueles que decidem e abraçam o ataque intransigente, dando continuidade aos séculos de ação negra. Herdamos o ódio daqueles que morreram empunhando suas armas, daqueles que caíram atirando bombas.
Um cúmplice e uma saudação fraterna para nossos irmãos e irmãs na: Bolívia, Argentina, Itália, e em qualquer lugar do mundo. Que a ação informal contra o poder e seus aparelhos seja desencadeada.
Abraçamos as ações no território chamado chile, por: Fraccion Autonomica Cristian Valdebenito, Celulas Revolucionarias Nicolas Neira, Celula Anticapitalista Simon Radowitzky. Que os poderosos tremam!!!
Nada está terminado…
Pela expansão da ação anarquista / Revolucionária.
A consolidação da guerrilha urbana é iminente. A Negra Vingança se abre e se expande.
Em memória de Sebastian Oversluij. Com o punky Mauri, Claudia Lopez, Jhony Cariqueo e Santiago Maldonado, ainda estamos em pé de guerra.
Negra Vingança – Dezembro 2021
agência de notícias anarquistas-ana
O canto do rouxinol
E seu biquinho —
Aberto.
Buson
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!