Por Mumia Abu-Jamal | 21/01/2022
O grande revolucionário caribenho Frantz Fanon escreveu em sua obra agora clássica, The Wretched of the Earth (Os condenados da terra), o seguinte chamado à ação: “Cada geração deve, desde a obscuridade relativa, descobrir sua missão, cumpri-la ou traí-la em relativa opacidade. Essa é missão que nós temos”.
Qual missão? Para libertar os prisioneiros do Império Americano, não apenas eu, mas outros também; alguns sabemos, outros não. Estou falando de companheiros como Jamil Abdullah Al-Amin, Ed Poindexter (companheiro do falecido Mondo We Langa), Sundiata Acoli, Leonard Peltier, Dr. Mutulu Shakur, Julian Assange, Xinachtli, Rev. Joy Powell, e Daniel Hale. Eles são prisioneiros antirracistas e anti-imperialistas do Império.
Cada um de nós aceitaria aquele agora famoso primeiro ponto do Programa de Dez Pontos do Partido Panteras Negras, escrito por dois jovens universitários em outubro de 1966, Huey P. Newton e Bobby Seale: “Queremos liberdade”. Essas palavras ecoaram no coração de milhões de pessoas. Hoje, mais de 50 anos depois, elas ainda possuem poder e ressonância. “Queremos liberdade”.
Que essas palavras energizem novos movimentos hoje e enriqueçam nossas histórias vivas ao se reconectarem com as lutas de liberdade de nossa juventude. Muitos de nós somos velhos, mas nos alegramos com o surgimento dos movimentos de liberdade de hoje em resposta à tortura e ao assassinato de George Floyd, porque as lutas reais perduram de uma geração para outra.
Esta chamada vem como uma metástase do encarceramento em massa em um sistema que sangrou orçamentos estatais e resultou no enjaulamento dos idosos e até recentemente da população jovem. Também resultou em uma crueldade desenfreada que inclui mulheres dando à luz em grilhões e correntes, ou pessoas submetidas ao confinamento solitário por décadas.
Surpreendentemente, as prisões têm piorado com o tempo; elas não melhoraram. E agora o sistema penitenciário é maior do que jamais poderíamos ter imaginado. Portanto, precisamos de mais movimentos para mudar as condições nas prisões, não menos. E a abolição da prisão tem que estar em cima da mesa. Nós queremos liberdade. Nós queremos liberdade. Nós queremos liberdade. Todos nós o dizemos.
Obrigado NUMSA. Obrigado Comitê Comemorativo do Partido dos Panteras Negras. Obrigado ao Comitê de Ação Trabalhista. Obrigado a todos vocês.
Com amor, não medo, eu sou Mumia Abu-Jamal.
Tradução > Liberto
Conteúdo relacionado:
agência de notícias anarquistas-ana
alvor
avançavam parados
dentro da luz
Guimarães Rosa
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!
Um puta exemplo! E que se foda o Estado espanhol e do mundo todo!
artes mais que necessári(A)!
Eu queria levar minha banquinha de materiais, esse semestre tudo que tenho é com a temática Edson Passeti - tenho…
Edmir, amente de Lula, acredita que por criticar o molusco automaticamente se apoia bolsonaro. Triste limitação...