[Canadá] Relatório do 26° Dia Internacional Contra a Brutalidade Policial em Montreal

Relatório do Collective Opposed to Police Brutality [Coletivo Contra a Brutalidade Policial] no dia anual de ação contra a brutalidade policial em Montreal.

Na noite de 15 de março, ocorreu o 26° protesto anual contra a brutalidade policial. 26 anos de marcha, 26 anos de opressão sistêmica por brutalidade policial, como uma tradição anual que deixa um gosto ruim na boca de todo mundo. Os manifestantes decidiram manter o controle das calçadas ao invés de serem perseguidos pelas ruas por policiais violentos que os insultam, e atacaram os piores negócios do bairro: o Dollarama e o National Bank. Lembremos que, se o Dollarama é um mercado de última opção para os pobres, ainda vende coisas que não são saudáveis e é uma das piores empresas no Quebec por abusar de seus funcionários e funcionárias. E, do outro lado, o National Bank investe bilhões em muitos projetos importantes relacionados ao petróleo. Face a essa autodefesa dos pobres contra seus opressores, a polícia atacou violentamente a manifestação: cassetetes, gás e agressões foram a ordem do dia.

A manifestação foi em St-Henri, um bairro pobre de classe trabalhadora que está sendo crescentemente aniquilado pela gentrificação, como muitos outros pela cidade. A chegada de negócios novos e populares tirou o lugar dos espaços antigos e acessíveis e os aluguéis estão subindo exponencialmente. Mas St-Henri é também um lugar de interesse ao colonialismo, perto dos trilhos, do Lachine Canal; em resumo, de tudo que é usado para saquear terras indígenas. Os trabalhadores e trabalhadoras de St-Henri sabem disso muito bem, trabalharam por muito tempo nos empregos exploradores da área para transformar esse saque em coisas muito caras para que eles mesmos consumam. E, mesmo que esses exploradores fossem exterminados, o saqueamento ainda aconteceria, seja pela construção de condomínios em território Kanien’kehá:ka, ou pela construção do gasoduto no território Wet’suwet’en, ou pelo desmatamento ancestral em território Pacheedaht.

Devemos de fato acabar com a polícia colonial. É colonial porque é para isso que serve, para defender os colonizadores. É o exército armado do Estado israelita que defende os colonizadores na Palestina. É a parte armada da Arábia Saudita que está invadindo o Yêmem. É a parte armada da Rússia que está invadindo a Ucrânia. E, enquanto o Canadá apoia a Ucrânia — e isso é bom —, não hesita em fornecer armas para os opressores, ambos em Israel e na Arábia Saudita. E o Canadá arma sua própria RCMP (Royal Canadian Mounted Police), sua força policial colonial, para interceder em terras indígenas desproprietárias, seja em território Wet’suwet’en ou Pacheedaht.

Temos nada a perder além de nossas correntes. Todos os ataques ao Estado e ao Capital são justificados.

Finalmente, chamamos por testemunhas: se você foi preso, brutalizado, ou testemunhou brutalidade policial, contate a COBP em: cobp@riseup.net

Lembre-se de ser cuidadoso ou cuidadosa com o que expõe nas redes sociais.

Imagem de capa: André Querry

Fonte: https://mtlcounterinfo.org/march-15th-2022-26th-annual-international-day-against-police-brutality/

Tradução > Sky

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Nuvens de mosquitos –
Sem isso, no entanto,
Mais solitário.

Issa