A peça de Zinn sobre a anarquista americana, que foi apresentada no sábado no La Laboral, voltará gratuitamente no domingo, dia 22, em La Felguera.
Por David Sánchez Piñeiro | 15/05/2022
É incomum, pelo menos nas Astúrias, poder assistir gratuitamente a uma peça de teatro e encontrar, em uma noite de sábado, um grande auditório repleto de um público formado principalmente por adolescentes. A ocasião foi proporcionada pela apresentação da peça “Emma Goldman. A mulher mais perigosa da América”, criada pelo historiador americano Howard Zinn, pela turma de saída (2018-2022) dos alunos da Escola de Arte Dramática do Principado das Astúrias. Foi a segunda vez que a peça foi apresentada na Espanha e a primeira nas Astúrias.
Começando com o cartaz anunciando a apresentação – uma ilustração da anarquista americana nascido na Lituânia, ladeado pelos principais arranha-céus da grande cidade de Nova Iorque – e continuando com a encenação – equilibrada, precisa e muitas vezes cativante – o espetáculo parecia mais uma peça estabelecida, estrelada por atores profissionais e apresentada em um teatro de prestígio do que uma oficina de teatro por um grupo de estudantes recém-formados em uma escola formativa.
Com uma inusitada demonstração de talento artístico, as jovens atrizes e atores recriaram alguns dos episódios mais significativos da vida de Emma Goldman, uma verdadeira referência na luta pelos direitos trabalhistas e pela igualdade de gênero nos Estados Unidos no final do século XIX e início do século XX. Durante as mais de duas horas da peça, a plateia testemunhou jovens anarquistas discutindo Marx, Bakunin e Kropotkin em tabernas; participou de comícios políticos de massa com Goldman e seu grande carisma oratório; viu que o espírito vanguardista da “a mulher mais perigosa da América” não estava apenas confinado à sua atividade política, mas já estava presente em suas relações pessoais e em sua forma libertária de entender e viver o amor; ela testemunhou as complicadas contradições pessoais das mulheres anarquistas em uma época em que sua maneira de se relacionar com os homens não parecia ser inteiramente coerente com seus ideais igualitários; e ela foi capaz de perceber todos os dilemas morais e políticos decorrentes do uso da violência contra os opressores de classe que o movimento anarquista tinha que enfrentar.
Deliberadamente rompendo com a estrita separação entre um palco onde a ação acontece e um público que assiste silenciosa e passivamente das poltronas, os jovens protagonistas de “Emma Goldman” transformaram o auditório em uma extensão dinâmica do próprio palco e envolveram ativamente o público, que, através de aplausos e aclamações, entrou plenamente no intenso desenvolvimento da trama.
A peça será apresentada novamente no próximo domingo 22 de maio às 19h00 no Nuevo Teatro de La Felguera, que será uma nova oportunidade para testemunhar ao vivo e gratuitamente o grande talento presente e, sobretudo, o enorme potencial futuro que, com gerações de jovens como esta, as artes cênicas têm nas Astúrias.
Tradução > Liberto
agência de notícias anarquistas-ana
Bom é ser gato
Não precisa apagar a luz
Nem amarrar o sapato
Alvaro Posselt
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!