[EUA] Grupo Antiaborto no Wisconsin é Atacado por Incendiários, Dizem as Autoridades

Por Luke Vander Ploeg e Addison Lathers

A sede de um grupo antiaborto de Madison, no Wisconsin, foi incendiado no domingo de manhã, em um ato de vandalismo que incluiu a tentativa de uso de coquetéis molotov e grafitagem que lia “If abortions aren’t safe, then you aren’t either” [Se abortos não estão seguros, vocês também não estão], de acordo com a polícia.

Ninguém do grupo Wisconsin Family Action estava no local na hora e não houve ferimentos reportados. Embora o coquetel molotov jogado por uma janela tenha falhado, o vândalo ou os vândalos iniciaram outro incêndio nas redondezas, afirmaram as autoridades. O incêndio queimou parte da parede.

O Departamento de Polícia de Madison não disse se efetuou alguma prisão ou se mais de uma pessoa estava envolvida.

“Nós informamos nossos parceiros federais deste incidente e estamos trabalhando com eles e com os Bombeiros de Madison na investigação deste incêndio criminoso,” afirma a declaração do departamento.

O ataque ocorreu quase uma semana após o vazamento de uma proposição da Suprema Corte que revogaria Roe v. Wade, a decisão histórica que estabeleceu o direito constitucional ao aborto. Wisconsin tem uma lei banindo abortos que precede a Roe por mais de um século, mas o Gov. Tony Evers, democrata, afirmou que bloquearia sua implementação. A Wisconsin Family Action é uma grupo político sem fins lucrativos que promove políticas conservadoras em muitas questões, incluindo aborto, dentro do governo do estado de Wisconsin.

“Fizemos nada que justificasse isso. Devemos ser capazes de discordar em questões sem temer por nossas vidas,” declarou Julaine Appling, a presidente da Wisconsin Family Action. “Se alguém estivesse no local, teria sido, no mínimo, ferido.”

Os Bombeiros de Madison receberam uma ligação sobre o incêndio por volta das 6 das horas da manhã no domingo. Bombeiros e policiais chegaram logo após no local e rapidamente controlaram o fogo. Appling declarou que ouviu sobre o ataque mais tarde naquela manhã, enquanto se preparava para um brunch do dia das mães da igreja em Watertown, no Wisconsin.

“Recebi uma ligação da administração do prédio dizendo que houve uma invasão e um incêndio,” afirmou Appling. Ela então se dirigiu ao local com um outro membro, onde encontraram “o caos e os danos à propriedade.”

Appling disse que seu escritório fora o alvo principal do ataque. Duas janelas foram quebradas e a água utilizada para apagar o fogo causou ainda mais danos. Appling afirmou que a grafitagem é particularmente perturbadora. “Enquanto dirigia para o escritório e a vi, minha reação imediata foi surpresa por quão ostensiva era a ameaça,” declarou. A grafitagem incluía um símbolo anarquista e os números 1312, uma abreviação de uma ofensa à polícia.

O Planned Parenthood de Wisconsin também condenou a violência em uma declaração. “Nosso trabalho para proteger o acesso contínuo ao cuidado reprodutivo é baseado no amor,” declarou a presidente do grupo, Tanya Atkinson. “Condenamos todas as formas de violência e ódio em nossas comunidades.”

Em uma declaração ao The New York Times, Tony Perkins, presidente do Family Research Council, que trabalha com a Wisconsin Family Action, atribuiu o ataque a extremistas esquerdistas que almejavam intimidar oponentes na questão do aborto e prometeu que não teriam sucesso. “Somos gratos pela liderança inabalável do Wisconsin Family Action e das dezenas de conselhos de política familiar pelo país que são comprometidos com a santidade de toda vida humana,” acrescentou.

Appling declarou que ela e outros na organização já receberam ameaças no passado e que ela sabia que algumas pessoas estariam com raiva após o vazamento da Suprema Corte.

“Sabia automaticamente que qualquer um que tomasse partido a favor de como a proposição foi escrita provavelmente deveria prestar mais atenção em sua segurança,” afirmou. Ainda, esse tipo de ataque direto foi chocante, e ela afirmou ter abalado sua sensação de segurança.

Disse também que trabalharia na implementação de novas medidas de segurança na sede.

Em uma declaração nesse domingo, o chefe da polícia de Madison Shon Barnes reconheceu as tensões acentuadas na comunidade após o vazamento e condenou o ataque.

“Nosso departamento continua a apoiar pessoas a serem capazes de falar livre e abertamente sobre o que acreditam,” diz a declaração, “mas sentimos que quaisquer atos de violência, incluindo a destruição de propriedade, não ajuda nenhum lado.”

Fonte: https://www.nytimes.com/2022/05/08/us/madison-anti-abortion-center-vandalized.html

Tradução > Sky

agência de notícias anarquistas-ana

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Rogério Viana