PHotoESPAÑA coloca em evidência grandes fotógrafas da história cujo trabalho não foi suficientemente reconhecido, nesta ocasião com um testemunho único sobre a Guerra Civil Espanhola.
Esta exposição reúne o trabalho inédito das duas fotojornalistas anarquistas, Margaret Michaelis e Kati Horna, que foi considerado perdido por décadas.
Margaret Michaelis (Dziedzice,1902-Melbourne,1985) e Kati Horna (Budapeste, 1912-México, 2000) colocaram suas câmeras a serviço da Revolução Social promovida pelos anarquistas e anarcossindicalistas da CNT-FAI durante a Guerra Civil Espanhola. Ao contrário do que se pensava até agora, suas fotografias da guerra não caíram nas mãos de Franco, nem desapareceram entre as ruínas dos bombardeios, mas foram encontradas no arquivo dos Escritórios de Propaganda Estrangeira da CNT-FAI, onde trabalhavam. No final da Guerra Civil, o arquivo conseguiu salvaguardar seus bens, enviando-os ao Instituto Internacional de História Social em Amsterdã, onde permaneceram praticamente invisíveis até 2016, quando seus arquivos foram organizados e seu inventário foi criado e publicado.
Embora não haja documentação no arquivo da FAI para corroborar isto, durante os primeiros meses da guerra, Margaret Michaelis, que estava baseada em Barcelona desde 1933, trabalhou para a Seção Gráfica e tornou-se a fotógrafa de confiança dos anarquistas. Prova disso são as viagens que ela fez como fotógrafa com a anarquista russa Emma Goldman (1869-1940) e o anarcossindicalista holandês Arthur Lehning (1899-2000) no outono de 1936, organizadas pelos camaradas nos escritórios de propaganda. Estas viagens foram registradas por Michaelis com sua câmera e foram identificadas, entre outros trabalhos da fotógrafa, no Arquivo.
Essa situação mudou, no entanto, com a chegada de Kati Horna em janeiro de 1937. Sob o nome de Catalina Polgare, e junto com seu marido, o húngaro Paul Polgare (1911-1964), ela chegou em Barcelona antifascista para se tornar a fotógrafa oficial dos anarquistas e sua agência fotográfica, a Agência Espanhola de Fotografia, então conhecida como Photo SPA. Sua experiência na agência lhe permitiu ver suas fotografias publicadas em revistas internacionais, como a “Weekly Illustrated” britânica.
Em julho de 37 Horna mudou-se para Valência e trabalhou como editora gráfica para a revista “Umbral”. Sete meses de trabalho duro nos Escritórios de Propaganda foram realizados, o que se materializou na publicação do álbum “Espanha? Um livro de imagens sobre contos e calúnias fascistas” e centenas de negativos tirados com sua habitual câmera rolleiflex que hoje nos permitem entender sua visão e sua relação com os anarquistas. Em meados de 1938, Kati Horna viajou para Paris para obter material fotográfico, que era escasso em Barcelona, e ela nunca mais voltou.
A exposição viajará de 16 de setembro a 13 de novembro de 2022 para a Diputación de Huesca e no verão de 2023 para o La Virreina Centre de la Imatge em Barcelona.
Tradução > Liberto
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Aline Estevam Maciel
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!