Em tempos de eleições, onde um dos candidatos favoritos é admirador declarado de um militar sabidamente torturador durante o período da última ditadura, e o outro é admirador declarado de um antigo presidente que foi ditador, vale a pena resgatar a história revelada neste documentário (https://www.youtube.com/watch?v=lS_4RmFL88M), pois a história do militar torturador ainda é lembrada pelos seus opositores, mas a verdadeira história do antigo presidente ditador é ocultada por todos os lados em disputa pelo poder e por todos os livros de História.
O documentário “As Almas Santas da Barragem” (produzido por alunos e professores do Instituto Federal de Educação Tecnológica do Ceará – IFCE) resgata a história do escandaloso crime contra a humanidade cometido contra dezenas de milhares de sertanejos nordestinos pobres em um campo de concentração no Ceará (isto mesmo, bem antes dos campos nazistas, inclusive), sob a responsabilidade do então presidente Getúlio Vargas.
A obra da Barragem do Rio Patu, projeto do que deveria ser a maior barragem do sertão nordestino, atraiu sertanejos pobres (homens, mulheres e crianças) pela propaganda que prometia trabalho, alimento, água e assistência médica para os trabalhadores, porém, em chegando ao local praticamente isolado da construção, o que encontraram foi o confinamento, o trabalho em condições sub humanas, a ausência de condições mínimas de acesso à higiene, alimentação e água, e a morte por epidemias.
Sabendo-se que Lula é admirador declarado do antigo ditador Getúlio Vargas, pode-se pensar que talvez não seja por acaso que as histórias da obra da Barragem do Rio Patu e a da construção da mega hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu, guardem surpreendentes paralelos entre si: assim como no caso da barragem do Patu, também em Belo Monte o maior contingente de trabalhadores atraídos para a obra pela propaganda governamental provinha de populações de sertanejos nordestinos pobres, seduzidos pela promessa de trabalho, comida, água e assistência médica e, também do mesmo modo que ocorreu durante a obra do governo Vargas, durante a obra recente do governo petista os trabalhadores que ali chegavam eram colocados em condições de trabalho “infra legais”, de modo que lhes era exigido regimes de trabalho altamente extenuantes e lhes era negado o direito a folgas e a férias, e isto se agravou a tal ponto que os trabalhadores super explorados ali desencadearam no ano de 2013 uma grande paralisação em dois dos principais canteiros de obras da mega construção, e o governo federal petista então enviou para lá tropas da Força Nacional que reprimiram cruelmente o movimento dos trabalhadores (chegando, inclusive, a perpetrarem o sequestro e “desaparecimento” de um trabalhador), levando-os à base da força a retornarem a se submeter ao trabalho em condições infra legais, conforme atestam várias reportagens jornalísticas publicadas à época, tal como esta:
Será “mera coincidência” que tanto a história da Barragem do Patu quanto a de Belo Monte sejam omitidas dos livros escolares?
Não é irônico (ou sórdido) que Vargas tenha recebido a alcunha de “Pai dos Trabalhadores”, e Lula a de “Pai dos Pobres”?
É como eu tenho dito: eleições, vença quem vencer, as ganhadoras serão as mesmas – as de cima.
V.C.C.O.
agência de notícias anarquistas-ana
Menino amuado
quem te deu tamanho bico
foi o tico-tico?
Anibal Beça
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!