Max Nettlau foi um historiador dos anarquismos que viveu parte de sua vida na Alemanha. No final do século XIX, encantou-se com os inúmeros escritos libertários que circulavam em jornais e periódicos. Resolveu montar um arquivo e, com o dinheiro de uma herança, passou a guardar os materiais para que não fossem esquecidos ou perdidos. Dedicou-se também a estudar e escrever sobre a vida de algunxs anarquistas, entre suas obras, talvez a mais conhecida seja a biografia de Mikhail Bakunin. Ao final da I Guerra Mundial, Nettlau perdeu tudo o que tinha e acabou vendendo o seu acervo para o International Institute of Social History (IISH), na Holanda. Com a ascensão do nazismo, teve de fugir de Berlim e passou a viver em Amsterdam, onde continuou a catalogar os materiais anarquistas no IISH até ser acometido por um câncer que o matou em 1944. A atenção de Nettlau à produção anarquista foi vital para que muitos documentos sobrevivessem às perseguições e continuassem a atiçar libertárixs atentxs pelo planeta.
e seu arquivo
Na internet circulam dados de pessoas, mercadorias, dinheiro, textos, sonhos, desejos entre tantas outras coisas. Em meio ao cruzamento infinito de dados para construção de perfis, recentemente, os arquivos coletados por Nettlau sobre a América Latina foram disponibilizados digitalmente (https://archive.org/details/anarquis-molatino?tab=about). São inúmeros periódicos que carregam as histórias, registros de festas e de vidas, invenções, desentendimentos, vitalidades e lutas libertárias. Em meio a monitoramentos, compartilhamentos, inteligência artificial, big data, bancos de dados, coins e likes, os periódicos anarquistas passam despercebidos a esses fluxos. Em qualquer canto do planeta, podem ser encontrados por quem tiver interesse. E que continuem a atiçar novas lutas por aí. Saúde!
>> Para ler o Flecheira Libertária na íntegra, clique aqui:
https://www.nu-sol.org/wp-content/uploads/2022/08/flecheira686.pdf
Fonte: Flecheira Libertária, n. 686, 30 de agosto de 2022. Ano XVI.
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Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!