Hoje 18 de setembro de 2022, aos 93 anos de idade, Maria se despediu da vida que ela viveu rodeada de luta e afinidades rebeldes.
Ela foi editora do jornal anarquista O Protesto, jornal que fez parte da agitação dos anos 60, e começou a sair as ruas da cidade de Porto Alegre em outubro de 1967 até 1970 quando foi ilegalizado pela ditadura. Sendo seus participantes perseguidos.
A repressão bateu duro na casa de Maria e Manoel (Seu companheiro, exilado da Revolução Espanhola) sem encontrá-los, porém devastando a casa. Maria foi sequestrada a revelia enquanto abria a caixa postal do jornal no prédio central dos correios, na Praça da Alfândega, centro de Porto Alegre. Pedro Seelig delegado do DOPS “Fleury dos pampas” é quem a interroga e maltrata.
Saindo do cativeiro evadiu-se para Buenos Aires onde participou da Cooperativa de Encadernação El Faro, mantida pelos anarquistas, iniciativa que recebia os e as companheiras prófugos das ditaduras militares do Uruguai e do Brasil.
Ao longo da sua vida sempre se aproximou dos anarquistas e fez grande amizade com vários e várias anarcopunks. Até suas últimas conversas ela se manteve com aquela rebeldia característica dos ácratas.
Maria Pinto é a última dessa geração nesta região.
Nos despediremos dela segunda feira 19 de setembro, no cemitério São Miguel e Almas, das 7h às 14h.
Porto Alegre, setembro de 2022.
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Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!