Há mais de 100 dias o companheiro anarquista Alfredo Cospito se encontra realizando uma greve de fome contra o brutal regime de isolamento 41bis.
As estratégias do poder não cessaram desde então, passando pela clássica invisibilização da luta, seguido de sua burocratização com audiências e labirintos judiciais e institucionais para tentar possíveis revogações do 41 bis. Por fim, durante as últimas semanas, uma guerra suja foi desatada.
A imprensa e o partido do governo filtraram supostas proximidades e apoios de mafiosos à luta de Alfredo, buscando quebrar a solidariedade que se expandiu por grande parte dos territórios. A acusação repousa em um absurdo: grande parte, para não dizer a totalidade dxs presxs do 41 bis são mafiosos e é a própria administração penitenciaria que seleciona quais presxs e com quem podem compartilhar os breves minutos de comunicação existentes naquele regime.
A sistemática desinformação tem ido de mão em mão com a ameaça real de agredir Alfredo. O Estado italiano esgrimiu a possibilidade de uma alimentação forçada contra o companheiro, a qual foi respondida por Alfredo com uma carta enviada por seu médico: “Em plena posse de minhas faculdades mentais, me oporei com todas as forças à alimentação forçada. Terão que me amarrar na cama. Digo isso, pois ultimamente tem se insinuado a possibilidade de um T.S.O. (tratamento sanitário obrigatório). À sua crueldade e atrocidade, oporei toda a minha força, tenacidade e vontade de um anárquico e revolucionário consciente”.
Lembremos que, sem ir muito longe, foi a alimentação forçada que produziu e acelerou a morte de Holger Meinss, membro da RAF, durante a greve de fome que realizou em novembro de 1974 no interior das prisões alemãs.
Para desenvolver a possibilidade de alimentação forçada ou na possibilidade de agravamento dos mal-estares produzidos pela greve, o Estado italiano tem dado forma a um especial “Plano Omega”. Os traslados de presxs do 41bis para uma prisão tem sido tipificados sob este jargão policial, mas esta vez o traslado de Alfredo se planeja com muito cuidado.”
Uma escolta de policiais 24h por dia e ante qualquer agravamento da saúde do grevista se somará uma ambulância e dois veículos penitenciários que atravessarão uma rota previamente estudada da prisão de Opera até o hospital de San Paulo, um trajeto de km percorridos em dez minutos a toda velocidade.
O poder se encontra expectante e planeja milhares de possibilidades e cenários para enfrentar a crise que a greve do companheiro está causando… e nós?
Solidariedade internacionalista com Alfredo Cospito!
Abaixo o 41bis e todo o regime de isolamento!
agência de notícias anarquistas-ana
Sentadas num fio
estão cinco andorinhas
fugidas do frio
Eugénia Tabosa
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!