[Espanha] 8 de Março de 2023: Dia Internacional da Mulher Trabalhadora

Porque não nos faltam motivos.

Nos querem caladas, exploradas, invisíveis, precarizadas, submissas, culpáveis, até mesmo assassinadas. Mas não nos calamos. JUNTAS seguimos nos levantando em um grito em comum contra o sistema cis-heteropatriarcal, o capitalismo, as desigualdades, a precarização e as violências machistas. E dizemos BASTA.

Neste 8 de Março voltaremos a encher as ruas porque não nos faltam motivos:

Pelo fim da divisão sexual do trabalho e a precarização dos setores tradicionalmente feminizados: A maioria dos trabalhos de cuidado assalariados e não assalariados continuam sendo realizados majoritariamente por mulheres, sendo ainda mais precarizados; saúde, serviços sociais, limpeza, telemarketing, cuidados de pessoas dependentes, comércio, diaristas, enlatadoras, etc.

Pelo fim da diferença salarial e da precariedade. A discriminação sexual no trabalho, a dificuldade sistêmica nas negociações trabalhistas, a redução forçada de horas de trabalho, de salário e a estabilidade, nos condenando a um piso salarial que acaba por afetar nossas aposentadorias.

Pela eliminação de preconceitos de gênero na saúde laboral. Para garantir uma perspectiva de gênero na prevenção de acidentes em ambientes de trabalho que seja realmente efetiva, incluindo também a saúde mental e espaços livres de capacitismo. Porque nós também temos nossos direito ao trabalho digno, adaptado e seguro, a investigação quanto a riscos no trabalho, com perspectiva de gênero e ao reconhecimento de nossas doenças como causadas pelo trabalho.

Pela revogação da reforma trabalhista e pensões. Que longe de nos assegurar condições de vida digna, agrava a precarização, mantém péssimos contratos e nos condena a pobreza salarial e de aposentadorias. Tudo com a cumplicidade das patronais e dos sindicatos que o assinaram.

Pelo fim da nossa invisibilidade e sub-representarão em todos os círculos públicos: Nos espaços de tomada de decisão, na cultura, na ciência, nos esportes…

Pelo fim das violências em todas suas manifestações: estrutural, institucional, judicial, médica, econômica… Que ampara o machismo, o racismo, a LGTBIfobia e o assassinato de milhares de mulheres e identidades dissidentes. Que arranca nossos direitos, em especial das mais precarizadas. Que é cúmplice do assédio sexual e motivado por motivos de sexo, orientação sexual e identidade de gênero. Que nega o direito ao aborto livre, público, seguro e universal…

Pelo fim da lei da mordaça. Que reprime a liberdade sindical e a liberdade de expressão, penalizando os direitos fundamentais de protesto e manifestação. Lembremos que algumas companheiras continuam sendo reprimidas por seu ativismo.

Pelo fim da lei de migração. Que institucionaliza o racismo, e gera uma dupla opressão às mulheres migrantes que se veem empurradas a marginalidade e a escravidão.

Pelo fim das guerras e das consequências da emergência climática, que causa milhões de desabrigados e refugiados. Utilizando às mulheres, criaturas e pessoas de diferentes orientações e identidades sexuais como arma de repressão e moeda de troca. Durante anos nos exploram em campos, onde a precariedade é generalizada, e onde tarefas cotidianas como ir ao banheiro ou tomar banho põem em risco nossa integridade.

Contra o negacionismo das desigualdades e da violência machista, e os ataques a nossa luta por parte da direita, da igreja e deste sistema cis-heteropatriarcal, capitalista e racista, que quer nos privar de nossos direitos.

E por um milhão de motivos mais.

Promovemos um feminismo inclusivo e de classe, que mude as consciências para avançar até um mundo mais justo, igualitário e diverso, que tenha em seu cerne a vida das pessoas.

Desde a CGT como sindicato de classe, anarkofeminista, de luta e combativo, reivindicamos e continuamos lutando hoje e sempre por nossos direitos e pelo fim do sistema heteropatriarcal.

Fonte: Secretaria da Mulher da CGT

Tradução > 1984

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