Javier Cancho narra em ‘Más de uno’ como aconteceu o assalto à sucursal do Banco de España em Gijón. Os jornais da época o intitularam como o maior assalto jamais contado.
Por Javier Cancho | 21/02/2023
Assim soava a vida faz 100 anos na rua Jovellanos de Gijón. Enquanto o assalto transcorria, ninguém percebeu o que estava acontecendo.
Portas adentro, na sede do Banco de España, cinco homens armados se apoderaram de um saco com moedas de prata; mas, como pesava demasiado se centraram nas cédulas. Tratando de evitar que levassem tanto dinheiro, o diretor da sucursal, Luis Azcárate, lutou com um dos assaltantes. Uma bala lhe atravessou a cabeça. Azcárate morreria umas horas mais tarde. Com o botim em suas mãos, fugiram em um veículo que os esperava na rua contígua.
Enquanto começou a funcionar o motor, o automóvel saiu em grande velocidade, segundo as testemunhas. Em grande velocidade, entendendo-a nas percepções que havia a 100 anos.
Fugiram em um carro de cor cinza, matrícula O-434. Durante a fuga toparam com um guarda municipal ao qual emperrou a pistola. O policial não pode dar nem um só tiro. Os assaltantes, no carro , disparando suas pistolas, tomaram a direção de Oviedo.
O diário EL COMERCIO qualificou o ocorrido como sensacional. Se escreveu que foi um assalto audaz dentro do Banco de España. A quantidade era estonteante: 565.525 pesetas. Tenham em conta que uns bons sapatos, faz 100 anos, custavam 40 pesetas, um menu no seleto Clube de Regatas não chegava a oito pesetas. Por um kilo de bonito se pagavam 3 pesetas. Em 1923, o primeiro prêmio da Loteria Nacional era de 10.000 pesetas ao décimo. O subtraído, superava – de longe – meio milhão.
Durante vários dias permaneceram ocultos em uma pensão. Mas, foram descobertos. Houve fuga entre os telhados do centro de Oviedo. E houve tiroteio, um sargento da Guarda Civil ficou ferido. Um dos assaltantes morreu, um chamado Eusebio. O resto do grupo foi detido. Eram Buenaventura Durruti, de León, apelidado Boina; também de León, Gregorio Martínez Gazán, apelidado Totó; Rafael Torres Escartín, de Huesca; Aurelio Fernández, apelidado o asturiano; e o chofer García Vivancos. Todos eram anarquistas.
Buenaventura Durruti foi um dos grandes líderes da CNT. Seu bando chamava Los Solidarios.
Doze dias depois do assalto, o capitão geral da Catalunha, Primo de Rivera, com o beneplácito do trono, deu um golpe de Estado impondo à nação o mando de um diretório militar. Houve confusão e conflito, que aproveitaram os anarquistas do assalto de Gijón para fugir à Argentina. A partir de então, Durruti forjou sua legenda como anarquista indomável durante a Segunda República e a Guerra Civil.
Tradução > Sol de Abril
agência de notícias anarquistas-ana
Fugiu-me da mão
no vento com folhas secas
a carta esperada.
Anibal Beça
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!