A fome e a sede que o povo sente não é culpa do destino, mas o resultado de uma trágica história de Colonização. São mais de 500 anos de invasão por colonizadores brancos. São mais de 500 anos da morte de mundos, onde povos e suas culturas, os animais e os ecossistemas são mortos para levar adiante um verdadeiro projeto de morte-pelo-lucro. São séculos de escravização das populações negras e indígenas pra manter os privilégios de uma pequena elite colonial.
Mesmo com muita luta, a exploração se arrasta pelo tempo pois entre os debaixo há aqueles que são cúmplices com a exploração dos de cima. Alguns têm a ilusão de que os de cima podem nos trazer a libertação. Se não enterrarmos de vez essa ilusão, vamos continuar enterrando irmãos até o fim dos tempos.
É interesse do explorador que se iluda o explorado, esta é a função do Governo Lula. Como se pode combater a fome se aliando ao latifúndio, representado por Simone Tebet e outros? Além de manter a maior parte do financiamento da agricultura para o agronegócio em comparação com a agricultura familiar. Como pode se pode garantir saúde e educação pública de qualidade com um corte de quase 800 milhões nessas áreas? Como se pode combater o fascismo se aliando com o PL, partido do genocida?
Independência pra quem? Às margens do Ipiranga, aos gritos da falsa independência, ainda reinava a escravidão do povo negro e indígena. Podemos não ser mais governados por Lisboa, mas continuamos submetidos à mesma elite colonial branca de Brasília e à mesma ditadura do mercado global, que continua lucrando com a fome e o sangue dos nossos e com a morte das nossas florestas.
As chacinas recentes na Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo testemunham pela mesma política da morte que nunca acabou: PT, PL e Republicanos, as elites no poder administram a mesma violência extrema contra a população preta e periférica. No Ceará, é desumana a política do Secretário de Administração Penitenciária Mauro Albuquerque: Tortura sistemática em quebrar dedos, castigos em posições cruéis e muito mais.
Também vemos que as comunidades tradicionais têm seus territórios violados e a natureza que os cerca destruída para levar adiante grandes empreendimentos de exploração internacional com a cumplicidade de Governos Estaduais e Nacional. No Ceará, as eólicas no mar são o novo projeto de morte empreendido por empresários e governos em conluio contra as comunidades pesqueiras. Ao invés de combaterem a fome, estão alimentando a fome, pois sem pescadores não tem peixe na mesa.
Assim, o governo de hoje não é oposto ao passado. Ambos são cúmplices do mesmo projeto de morte e exploração. Independente das cores das gravatas, a mesma elite ainda está no poder. Muitos ainda temem criticar o governo atual por medo do passado, enganados por narrativas falaciosas sobre 2013, que os assombra como um fantasma. Mas não devemos rebaixar nosso horizonte. Queremos o pão inteiro, não um pedaço. Queremos tudo. É por aceitarmos a liberdade fatiada em pedaços que nos tornamos reféns de falsos messias.
Organização! Não há outro caminho para o povo! É preciso se organizar sem as amarras de velhas ilusões. Confiar na força do poder popular para dobrar até o mais duro aço. Que o grito dos excluídos seja um grito de guerra contra todos aqueles que roubam nosso pão, nossa terra, nossa água e a vida das pessoas que amamos.
CHEGA DE CORTES NA ÁREA SOCIAL!
CONTRA O NOVO ARCABOUÇO FISCAL!
CONTRA O MARCO TEMPORAL!
DESPEJO ZERO CONTRA O POVO EM LUTA!
FORA EÓLICAS DO MAR DES PESCADORES!
BASTA DE TORTURAS!
FIM DA POLÍCIA!
ABOLIÇÃO DAS PRISÕES!
lutafob.org
agência de notícias anarquistas-ana
longa conversa
um grilo termina
o outro começa
Ricardo Silvestrin
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!