[Espanha] Êxito na Iª Edição do Festival de Teatro Social de Hellín

Desde a Editora Anarcossindicalista Aurora Negra e desde a CNT-AIT de Hellín queremos manifestar a toda a classe trabalhadora nossa satisfação com o resultado da Iª Edição do Festival de Teatro Social de Hellín, que se celebrou durante todo o dia 26 de agosto.

Desde a primeira hora da tarde, a jornada contou com quatro atividades programadas, nas quais se apresentaram duas edições de livros e a interpretação de duas obras de teatro.

A primeira apresentação começou às 12h00 no Ateneu Libertário de Hellín, no qual se apresentou o livro “Antología Literaria de Ricardo Flores Magón. Cuentos y Obras de Teatro en la prensa Anarquista“. A apresentação ficou a cargo de uma companheira e um companheiro da Editora Anarcossindicalista Aurora Negra.

Começou com a companheira falando da Editora e do trabalho de Edição que estava se levando a cabo desde a Aurora Negra. Aprofundou na necessidade de gerar uma cultura obreira anarquista, que possa desenvolver entre a classe trabalhadora umas referências, uns valores, uma psicologia e uma série de experiências de luta, dirigidas a respaldar a militância obreira contra o Estado e o capital.

Nessa linha, falou o companheiro que passou a apresentar a obra de Ricardo Flores Magón. Falou sobre a vida de Ricardo Flores Magón, o Partido Liberal Mexicano e o jornal Regeneración, mas sobretudo falou da capacidade de Ricardo como escritor e jornalista, e das características específicas de sua obra, tanto em seus Contos como em suas Obras de Teatro. Finalmente foram lidos dois dos contos de Magón incluídos na Edição. Ao término da apresentação se originou um debate sobre as edições da Editora e sobre a figura de Ricardo Flores Magón.

Depois de comer, no meio da tarde se retomaram os atos da jornada e se apresentou o livro “El teatro anarquista después de la segunda Guerra Mundial. El Living Theatre y el Laboratorio de Ensaios“. O livro foi apresentado por um companheiro da Editora La Neurosis o Las Barricadas, que tinha vindo expressamente desde Madrid para apresentar o livro.

O companheiro nos apresentou uma de suas últimas obras editadas e sua palestra se centrou principalmente nas características do teatro anarquista antes e depois, da Segunda Guerra Mundial e os valores e referências que o teatro anarquista havia conseguido desenvolver depois de tantos anos de repressão ao movimento libertário por parte das ditaduras e dos totalitarismos.

Como sempre, a apresentação dos livros da Editora La Neurosis o las Barricadas não deixaram ninguém indiferente, e o conferencista desenvolveu o tema durante várias horas.

Nos alegrou muitíssimo ver, entre os participantes, pessoas que tinham vindo expressamente para o Festival procedentes de Jumilla, Alcoy, Albaida, Yecla, Villarrobledo, Albacete e como não, também de Hellín.

Ao terminar a apresentação, tudo se dispôs para a inauguração da sessão de teatro que começaria às  21h30 na Plaza de las Monjas. No entanto, as obras de teatro começaram com um pouco de atraso devido à ameaça de chuva, mas finalmente se passou à inauguração dos pontos fortes do Festival.

Inaugurava-se a sessão de Teatro com a obra: “El Soldado. Tierra y Libertad”, uma adaptação teatral de um conto e uma obra de teatro de Ricardo Flores Magón, realizada pela Compañía de Teatro La Trenza de Esparto, para esta ocasião.

A interpretação da Compañía La Trenza de Esparto foi maravilhosa, excelente a encenação, onde a obra veio a destacar os valores do teatro magonista: a bondade, o amor, o sacrifício, e a rebeldia da classe obreira, frente ao mundo da soberba, do autoritarismo, da imoralidade e da violência do Estado pelo outro, características todas estas últimas da sociedade burguesa.

A música ao vivo e uma interpretação estupenda, onde as cenas foram de grande valor e significado. Ao término da primeira obra, os companheiros da Compañía saudaram toda a classe trabalhadora que havia se reunido para ver o ato, que lhes abriu os braços e os ovacionou por seu trabalho, e os animou a seguir.

Ao terminar a primeira obra, a Compañía de Teatro Títeres desde Abajo terminava de preparar-se para começar sua obra “La Bruja y Don Cristóbal”.

A interpretação foi excelente também. Nela pudemos ver refletidas a precariedade da classe obreira, o problema da moradia, o assédio e a violência contra a mulher, o papel da Igreja na moral hipócrita, e a repressão policial e judicial contra o anarquismo e os movimentos sociais. Sem dúvida uma obra de teatro de marionetes que integra perfeitamente: drama, humor, e muita marionete.

Ao terminar a obra, os atores saudaram e o público ovacionou a companhia e sua interpretação.

Ao término da mesma, se deu por concluída a Iª Edição do Festival de Teatro Social de Hellín. A organização do evento saudamos a todo o público e, devido aos bons resultados do Festival, nos despedimos do ato, recordando que voltaríamos a nos encontrar na IIª Edição do Festival de Teatro Social de Hellín que se realizará no ano que vem e que se repetirá nas mesmas datas.

Durante os seguintes dias recebemos toda uma série de felicitações pelo resultado do Festival, e respondemos a todas e todos, que tanto a Editora Anarcossindicalista Aurora Negra e como a CNT-AIT de Hellín haviam adquirido um sério compromisso de trabalhar por uma cultura obreira anarquista, por um Teatro Social comprometido e pela difusão da cultura libertária.

Não podemos deixar passar a colaboração de José Antonio Maciá que se encarregou de realizar uma foto-reportagem de todas as atividades da jornada, e assim lhe agradecemos também aqui.

Para acabar, agradecemos a todas as pessoas que foram aos atos, a nossos incondicionais colaboradores, a Editora La Neurosis o las Barricadas, e as Compañías de La Trenza de Esparto e a Títeres desde Abajo, já que sem elas a Iª Edição del Festival de Teatro Social de Hellín não teria sido possível.

PELA CULTURA OBREIRA ANARQUISTA

>> Mais fotos: https://cntaitalbacete.es/2023/09/cultura-exito-en-la-ia-edicion-del-festival-de-teatro-social-de-hellin/

Tradução > Sol de Abril

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caminho de terra,
o mato à margem exala
perfumes silvestres

Zemaria Pinto