Considerações libertárias acerca do conflito Israel-Palestina

Uma constante na história humana foi oprimidos dando a volta por cima e se tornando novos opressores.

 Por Antonio de Odilon Brito

Este pequeno artigo começou como uma resposta a um comentário num grupo de WhatsApp onde os integrantes são majoritariamente pessoas de esquerda, a propósito da discussão acerca do recente conflito que começou entre o Estado de Israel e o Hamas. No meu comentário original (que por sinal não cheguei a publicar no grupo, mas virou isto que vocês leem) eu respondia a uma pessoa que defendia a destruição do Estado de Israel.

Olha, eu também não acho que a resposta é dizimar o estado de Israel não. Pelo simples fato de em Israel existir uma classe trabalhadora que é a mesma classe trabalhadora em todos os lugares do planeta (o que muda é a língua, alguns costumes, religião — ou falta dela — etc). Uma eventual destruição do estado de Israel significa uma destruição dessa mesma classe trabalhadora. Na minha opinião a única solução para o Oriente Médio (Israel incluso) é a união dos trabalhadores palestinos, israelenses, turcos, sírios, jordanianos etc etc. Contra os capitalistas palestinos, israelenses, turcos, sírios, jordanianos etc, em prol de um projeto de autogestão (algo mais ou menos parecido com o que até um dia desses havia em Rojava, no norte da Síria — digo “havia” pois não sei como a coisa está hoje em dia), com igualdade e liberdade e livre desse câncer chamado nacionalismo, que na minha opinião só faz dividir a humanidade em grupinhos hostis uns aos outros.

Agora, no caso de Israel e Palestina, o que temos, infelizmente, é um governo extremamente racista de extrema-direita do lado de Israel (com aquela figura assombrosa chamada Benjamin Netanyahu no poder) que quer aniquilar a população árabe palestina, e do lado palestino a organização que governa uma boa parte da população palestina é o Hamas, um grupo também de extrema-direita racista antissemita, que não esconde que quer “afogar todos os judeus no mar mediterrâneo”. Aliás, um dos motivos pelos quais eu pessoalmente odeio o Hamas é que esses caras, com a ideologia reacionária deles, continuam queimando o filme de toda a religião muçulmana. E aí, aqui do lado de cá do globo a maioria das pessoas continua achando que o Islã é violência, misoginia, e toda essa coisa, o que não é verdade, pois essa é a interpretação do Alcorão de uma parte dos muçulmanos, mas não de todos. Aliás, eu mesmo conheço diversos muçulmanos que são pessoas de esquerda ou no mínimo progressistas, e eu pessoalmente acho que do ponto de vista das artes visuais e da música o Islã é uma religião muito bonita. Ou seja, me entristece muito quando eu vejo as pessoas comuns associando essa religião com grupos bárbaros como o ISIS, pois eu sei que existem outras interpretações que nada têm a ver com isso, e que inclusive defendem a igualdade entre mulheres e homens, dentre outras coisas muito positivas.

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https://passapalavra.info/2023/10/150238/

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Carlos Seabra