Nossa posição sobre o conflito israelense-palestino

Oferecemos uma variedade de camisetas pró-palestinas que retratam várias formas de resistência radical como forma de expressar solidariedade à causa palestina. Esses designs podem incluir imagens relacionadas à luta armada, mas é fundamental esclarecer nossa posição e nosso objetivo. Nosso objetivo é aumentar a conscientização sobre a luta palestina em andamento pela autodeterminação e desafiar concepções errôneas sobre nossa posição em relação à complexa situação na região. Enfatizamos com veemência que nosso apoio à resistência radical não se estende ao endosso de atos de terrorismo. Condenamos inequivocamente qualquer forma de violência dirigida contra civis inocentes.

Solidariedade com o povo palestino e foda-se o Hamas!

Em um mundo onde a luta por justiça e libertação continua, é fundamental expressar nosso apoio inabalável ao povo palestino em sua busca por autodeterminação e liberdade. Somos solidários com aqueles que enfrentam as dificuldades diárias da ocupação e da desapropriação, e afirmamos a importância da resistência radical contra essa opressão.

Entretanto, nossa posição é acompanhada por uma clara condenação do Hamas ou de qualquer outra organização que empregue a violência e o terrorismo bárbaro, alvejando deliberadamente civis e crianças inocentes. Acreditamos que a resistência contra a opressão é essencial, mas ela deve estar enraizada em princípios de justiça, humanidade e moralidade. O uso da violência contra civis prejudica a causa justa do povo palestino e serve apenas para perpetuar o ciclo de sofrimento contra civis inocentes de ambos os lados.

O número de mortes do lado israelense após os ataques terroristas do Hamas é mais de 15 vezes maior do que o número de mortes americanas após o ataque da Al-Queda em 11 de setembro, per capita. Os anarquistas nunca teriam apoiado os ataques de 11 de setembro, e é intrigante que alguns de nossos companheiros hesitem em condenar o Hamas da mesma forma. Devemos seguir sendo coerentes em nossa rejeição à violência dirigida contra civis inocentes, independentemente do contexto, em nossa busca por justiça e um mundo melhor.

75 anos de sofrimento

De fato, a situação atual em Israel é marcada por um alto nível de tensão e sofrimento, o que, segundo alguns, tem paralelos com à difícil situação dos palestinos nos últimos 75 anos. Atualmente, os israelenses sofrem o impacto perturbador da violência esporádica, vivem sob a sombra de ameaças em potencial e sofrem o impacto emocional do medo e da insegurança constantes. Tal situação, embora não seja idêntica, ressoa com aspectos do sofrimento diário suportado pelos palestinos durante décadas de conflito, incluindo as dificuldades causadas pela ocupação, restrições de movimento e a perda de vidas inocentes. É importante reconhecer que a empatia e a compreensão das experiências de israelenses e palestinos são fundamentais para a busca de uma solução pacífica para os problemas complexos e profundamente enraizados na região.

A restrição deliberada de recursos essenciais como água, alimentos e eletricidade em Gaza é uma violação grosseira dos direitos humanos e trouxe um sofrimento incalculável à população civil, principalmente às crianças inocentes. É fundamental enfatizar que essas crianças não são de forma alguma responsáveis pelas ações do Hamas ou de qualquer outra entidade política. A negação de necessidades básicas, que afeta os mais vulneráveis, é uma afronta aos próprios princípios de humanidade e decência. Essas táticas de punição coletiva não são apenas moralmente indefensáveis, mas também contraproducentes para a busca de uma paz duradoura. Cabe à comunidade internacional lidar com essa situação e garantir que as crianças de Gaza e todos os civis sejam poupados das terríveis consequências dessas restrições e que seus direitos à vida, à dignidade e ao bem-estar sejam respeitados e protegidos.

Apoiamos todas as formas de resistência, mas não contra civis inocentes

É essencial reconhecer que a resistência radical pode assumir muitas formas, desde protestos não violentos e desobediência civil até organização de base e movimentos de solidariedade internacional. Esses métodos se mostraram eficazes em várias lutas por justiça ao longo da história e têm o poder de mobilizar o apoio global à causa palestina. Incentivamos e apoiamos essas vias de resistência e conclamamos a comunidade internacional a apoiar ativamente os direitos e as aspirações do povo palestino.

Apoiamos firmemente o direito do povo palestino de se envolver em várias formas de resistência para fazer valer seu direito fundamental à autodeterminação e à liberdade. Isso inclui seu direito de se envolver em protestos, resistência, desobediência civil e defesa internacional. Além disso, reconhecemos que, no contexto de ocupação e sofrimento prolongados, alguns podem recorrer à luta armada como meio de resistência. No entanto, é fundamental enfatizar que condenamos qualquer ação que tenha como alvo intencional civis inocentes, inclusive em retaliação a atos semelhantes de agressão por parte do outro lado. Obviamente, isso significa que também condenamos veementemente os bombardeios israelenses contra civis.

O Hamas não representa o povo palestino

É importante reconhecer que as ações e políticas do Hamas não refletem as diversas opiniões e aspirações de toda a população palestina. Cerca de 50% da população de Gaza tem menos de 18 anos de idade. O Hamas assumiu o controle de Gaza há 17 anos, o que significa que metade da população tinha apenas um ano de idade quando isso aconteceu. Portanto, seria incorreto e enganoso concluir que a população de Gaza apoia o Hamas e não podemos culpar as crianças por serem responsáveis pelas ações de uma minoria de terroristas.

Embora o Hamas afirme representar o povo palestino, suas ações e estratégias são frequentemente objeto de discórdia e debate na sociedade palestina. Acreditamos firmemente que o slogan “Palestina Livre” também significa libertar o povo palestino da opressão de grupos terroristas como o Hamas.

Nesse conflito de longa duração, é sempre o povo palestino que paga o preço

Ao longo da longa e dolorosa história do conflito israelense-palestino, é uma realidade lamentável que o povo palestino tenha suportado desproporcionalmente as trágicas consequências dessa luta contínua. Ataques indiscriminados contra civis palestinos, seja como resultado de operações militares ou outros atos violentos, resultaram em uma perda de vidas significativamente maior do lado palestino. É fundamental reconhecer que essa violência contra civis inocentes é uma grave violação dos direitos humanos e prejudica as perspectivas de uma solução justa e duradoura para o conflito. Além disso, as ações de grupos como o Hamas exacerbam as dificuldades enfrentadas pela população palestina, aumentando o preço que ela paga pelo conflito prolongado. Refletindo sobre essa história, fica claro que o ciclo de violência perpetua o sofrimento de todos os lados e que os civis, especialmente os palestinos, muitas vezes são pegos no fogo cruzado. Isso ressalta a necessidade urgente de uma resolução abrangente e pacífica que respeite os direitos e a vida de todas as pessoas da região.

Para evitar mais mortes de civis e atenuar a crise humanitária em Gaza, há uma necessidade urgente de estabelecer um corredor humanitário para evacuar os civis com segurança antes de qualquer possível invasão das FDI. Essa iniciativa poderia oferecer uma tábua de salvação para as inúmeras pessoas inocentes, incluindo crianças, idosos e pessoas vulneráveis, que estão atualmente presas no meio do conflito. É um imperativo moral que a comunidade internacional aja de forma rápida e decisiva para garantir a segurança e o bem-estar daqueles que estão no meio do fogo cruzado dessa situação perigosa.

A compreensível hesitação do povo palestino em Gaza em deixar suas casas se deve a um medo bem fundamentado de que a história se repita na forma de outra Nakba. Ao longo da experiência palestina, testemunhamos a trágica realidade de que aqueles que foram deslocados de sua terra natal raramente tiveram o direito de retornar. Além disso, o que inicialmente se pretendia como campos de refugiados temporários muitas vezes evoluiu para assentamentos permanentes, deixando gerações de palestinos em deslocamento prolongado. Esse contexto histórico ressalta a profunda apreensão da população de Gaza quando se trata de evacuar suas casas, destacando a necessidade urgente de uma resolução abrangente e duradoura que aborde essas preocupações legítimas e garanta seus direitos e bem-estar.

Conclusão

Para concluir, nossa posição se baseia em um profundo compromisso com a justiça e a solidariedade com o povo palestino em sua luta pela autodeterminação. Condenamos o terrorismo e a violência contra civis de ambos os lados e defendemos um mundo que rejeite o imperialismo e a opressão, defendendo os princípios da autonomia e da resistência não violenta como o caminho para um futuro mais justo e equitativo para todos.

Nossa perspectiva é profundamente antigovernamental, anarquista, pacifista e anti-imperialista. Rejeitamos firmemente a noção de governos e poderes militares que ditam o destino das nações e nos opomos a qualquer forma de colonialismo, ocupação ou imperialismo que busque dominar e oprimir os outros. Defendemos um mundo em que a autodeterminação e a autonomia sejam valorizadas, em que indivíduos e comunidades sejam livres para traçar seus próprios destinos e em que os conflitos sejam resolvidos por meios pacíficos e pelo diálogo, e não pela violência.

Fonte: https://www.ni-dios-ni-amo.com/blog/nuestra-postura-ante-el-conflicto-palestino-israeli/

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