Para a maioria não custa identificar a guerra como causadora de mortes em massa, deslocamentos forçados, torturas, fome ou violações. Mas também supõe um negócio tremendamente rentável para as minorias dirigentes carentes de escrúpulos.
Os conflitos armados quase sempre se produzem por motivos econômicos e geopolíticos. Sob eufemismos como “missão de paz” ou “ajuda humanitária” se camuflam operações cujo objetivo é o controle militar de zonas estratégicas para o espólio de recursos naturais e matérias primas como o petróleo, o gás ou certos minerais.
A população mais humilde sofre as piores consequências: infraestruturas e lares destruídos, vidas e famílias destroçadas e, no melhor dos casos, a fuga desesperada a outro lugar, através de perigosas rotas migratórias, para tratar de começar do zero em um desapiedado entorno hostil longe de seu lugar de origem.
Após padecer as piores penúrias, se têm sorte, se topam com um novo absurdo físico e legal: as fronteiras em terra, mar e ar. Em 2022, das 120.000 pessoas que solicitaram asilo na União Europeia, tão só cerca de 7.000 receberam o status de refugiado. Esse mesmo ano, 2.925 pessoas morreram tentando chegar à Europa. Uns dados tão vergonhosos como chocantes.
As fronteiras não existiram desde sempre, nem apareceram por arte de magia. Os estados mais poderosos as fixaram na base de massacres e saques, e as seguem mantendo, reforçando e ampliando. Não duvidam em reprimir, deportar, encarcerar, deixar morrer ou matar os que tentam saltá-las, exceto se se trata de importantes capitalistas.
O patriotismo nos inculca simpatia para quem nos pisoteiam neste país e desconfiança para nossos iguais do resto do mundo. Governos, forças de segurança e partidos filofascistas protagonizam e propagam atuações e sentimentos asquerosamente racistas.
A existência de fronteiras só convém à burguesia mundial, que domina o mundo enquanto mal vivemos e morremos sob sua exploração. À classe trabalhadora internacional, sem pátria nem cor, só nos resta a solidariedade das obreiras e obreiros, venham de onde venham.
NOSSA PÁTRIA É O MUNDO. NOSSA FAMÍLIA, A HUMANIDADE.
Fonte: https://marina-alta.cnt-ait.org/2023/10/22/ni-guerres-ni-fronteres/
Tradução > Sol de Abril
agência de notícias anarquistas-ana
Muita brisa à noite.
Dos jasmineiros da rua,
perfumes e flores.
Humberto del Maestro
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!