Nos últimos 20 anos, o grupo neonazista Bood & Honor tem reunido milhares de neonazistas de toda Europa em 11 de fevereiro para um “Dia de Honra” na Hungria. A ocasião celebra a tentativa de soldados de Hitler, junto de aliados húngaros, de quebrar o cerco soviético a Budapeste e retornar para a Alemanha nazista. Dos 28.000 soldados da Wehrmacht, SS, e aliados húngaros, apenas umas poucas centenas conseguiram escapar. A maioria foi morta ou capturada pelo Exército Vermelho.
Agora neonazistas anualmente organizam uma marcha de 60km de Budapeste até o local da fuga com caras tristes e memórias de veteranos da SS que morreram na Segunda Guerra Mundial.
O governo de extrema direita de Viktor Orbán não interfere de fato com a marcha, e de acordo com alguns relatos, auxilia diretamente alguns grupos da extrema direita a reescreverem a história. O grupo responsável pela organização da marcha recebeu cerca de 2.700 euros do Ministério de Recursos Humanos da Hungria, e os organizadores produziram vários documentários para canais e sites, incluindo um sobre a vitória das tropas húngaras durante a Segunda Guerra Mundial.
Há anos, antifascistas húngaros têm chamado por apoio internacional para combater os neonazistas, muitos dos quais saem da Alemanha e da Áustria. Em 2023, ativistas da Alemanha, Itália e muitos outros países atenderam o chamado para confrontar os fascistas. Por consequência de inúmeras brigas antes da marcha, as autoridades repressivas da Hungria abriram várias investigações criminais, inclusive uma alegação de crime organizado internacional contra… antifascistas. Alguns foram detidos em flagrante, e alguns antifascistas foram postos em lista de procurados internacionais. Agora, dois antifascistas da Alemanha e da Itália estão aguardando julgamento em um centro de detenção em Budapeste. Uma dúzia de pessoas foram adicionadas à lista de procurados.
A pedido da Hungria, mais dois antifascistas foram detidos na Itália e Alemanha, esperando extradição para a Hungria, onde podem encarar até 15 anos de prisão.
É óbvio que o governo conservador da Hungria está usando estruturas internacionais para combater os oponentes do fascismo, que tem ganho peso com o apoio do regime de Putin. O bloqueio de Viktor Orbán a um grande pacote de auxílio para a Ucrânia é apenas a ponta do iceberg. A luta do partido de extrema direita húngaro Fiszes contra antifascistas é parte da repressão ideológica em resistência a tudo que Orban representa para a União Europeia com apoio de Moscou e outras forças reacionárias. E hoje nós vemos que essa luta não está mais confinada às fronteiras da Hungria.
Anarquistas e antiautoritários da Bielorrússia, Ucrânia, Rússia, mesmo no exílio, precisam se manter em alerta e jamais esquecer que na Europa há um grande número de diferentes forças apoiando as ambições imperiais do Kremlin e abertamente simpatizando com a ideologia fascista.
Você pode apoiar antifascistas detidos através do grupo Budapest Solidarity (budapest-solidarity.net).
Fonte: https://pramen.io/ru/2023/12/kak-drug-putina-nachal-ohotu-na-antifashistov-v-es/
Tradução > 1984
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Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!