Comunicado Nacional da FOB.
Seis décadas se passaram desde o golpe que instaurou a ditadura empresarial militar no Brasil em 1964. O seu início pode ser marcado entre os dias 31 de março e 1º de abril, mas o seu fim em 1985 não implica que vivemos uma democracia para o povo. Os militares não saíram do poder, ao contrário, eles se entranharam ainda mais dentro desse regime onde a democracia só existe para uma minoria poderosa, enquanto a maioria explorada ainda vive a tortura e a matança no seu cotidiano.
Lula e Militares: Cúmplices da mesma desgraça
No começo de março deste ano, o presidente Lula determinou o cancelamento de toda uma programação do ministério dos direitos humanos em memória dos 60 anos do golpe militar e disse que não o interessa remoer o passado, que o importante é tocar o Brasil daqui para frente. Esta omissão de Lula ecoa a postura do seu ministro André Singer que em 2004 fez o mesmo pronunciamento no Governo Lula 1.
Assim, não deve nos causar espanto um pronunciamento como este. É coerente com a política que Lula toca desde o começo de sua caminhada. De fato, seu 3º mandato está de mãos dadas com os militares. A escolha de José Múcio para ser seu ministro da Defesa foi elogiada por Hamilton Mourão (REPUBLICANOS), que comemora o golpe de 1964 como uma salvação da nação e também nega os relatos dos torturados. Bolsonaro (PL), do qual Mourão foi vice no mandato presidencial, já declarou ter paixão pelo ministro indicado por Lula.
É por meio de José Múcio que muitas das cumplicidades de Lula com os militares são firmadas. Seja renomeação e promoção de militares, destinação de 5,6 bilhões ao Ministério da Defesa e Forças Armadas no orçamento de 2024, ou mantendo estes como interventores nas ações do Estado ao povo Yanomami que continuou com aumento de mortes de 2023. Não menos importante, apesar de sua atuação, o Governo Lula continua tendo relações comerciais e militares com o governo de Israel, fornecendo em contratos milionários a venda de Drones da Força Aérea Brasileira para o genocídio do povo palestino.
Também é inegável que os militares promovem hoje uma militarização de toda sociedade. Temos isso com a repressão da polícia militar às comunidades e favelas pobres, impulsionada pela aprovação da Lei Orgânica da PM no Governo Lula 3. As escolas cívico-militares são colocadas como uma fórmula mágica para garantir a ordem dentro deste sistema de morte. Ainda que descontinuada pelo poder federal, muitos governos estaduais mantêm propostas para o desenvolvimento destas escolas, como o governo do Estado de Santa Catarina.
Neste sentido, é preciso repudiar todo golpe político dos militares, mas também não devemos ter compromisso com esta democracia que banha o povo de sangue e entrega o ouro aos poderosos deste país e aos imperialistas.
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https://lutafob.org/60-anos-de-uma-ditadura-que-nao-acabou/
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agência de notícias anarquistas-ana
O ar. A folha. A fuga.
No lago, um círculo vago.
No rosto, uma ruga.
Guilherme de Almeida
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!