Flecheira Libertária n° 755: “Em Santiago de Cuba…”

no caribe

Há mais de 800 km de Havana, em Santiago de Cuba, no dia 17 de março, pessoas saíram às ruas e pediram por mais comida e energia. Não deixaram de clamar pelo Estado em busca de melhorias em suas vidas de súditos. Em um cenário no qual as prateleiras sequer satisfazem os limites da chamada caderneta de racionamento, protestos não surpreendem. As longas horas sem luz contribuíram para elevar as insatisfações, com a comida congelada apodrecendo na geladeira e os ventiladores desligados. Políticos estadunidenses, ativistas de direita, de extrema direita e empresas de comunicação, mais uma vez, não hesitaram em enfatizar que a ilha pede por democracia. Para eles, as misérias que assolam a vida dessas pessoas derivam da ausência de democracia e ponto final, como se nestas não houvesse violência por parte das forças de segurança do Estado, pobreza interminável corpos perambulando pelas ruas em busca de alimento etc.. E um “crackinho”. E crentes no Estado.

ainda no caribe

A autocracia vermelha, como de costume, reativou uma categoria que não apenas desperta o apreço das autoridades estadunidenses e dos demais Estados, como também dos reacionários e conservadores de plantão: o “terrorista”. Segundo os governantes da ilha, os que se manifestam ou não demonstram entusiasmo pela igualdade a partir do nivelamento por baixo da maior parte dos súditos são “inimigos” do Estado ou pessoas “confusas” e manipuladas pelas forças estrangeiras. O rebanho latino-americano, fiel ao seu comandante – ou, melhor, aos seus sucessores –, não tardou em reproduzir as palavras de seus estadistas prediletos. Consideram, conforme os costumes da civilização que dizem combater, que o sacrifício, seja pela ausência de alimento, de energia ou da manutenção de casas abatidas pelos longos anos que se passaram, é uma tarefa histórica à qual todos devem se submeter com amor à obediência.

>> Para ler o Flecheira Libertária na íntegra, clique aqui:

https://www.nu-sol.org/wp-content/uploads/2024/04/flecheira755.pdf

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Eu afogo as distâncias
constantes abismos
montanha ou labirintos.

Anfrangil

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